Rokhaya Diagne, é o nome da jovem senegalesa de 25 anos, licenciada em ciências informáticas que actua na área da Inteligência Artificial (IA) com um único objectivo: colocar fim à Malária no continente.
Para a jovem, quando bem usada, a tecnologia pode desempenhar um papel fundamental na resolução dos desafios que marcam a tecnologia no continente. A sua jornada no mundo da Inteligência Artificial começou após a inscrição no programa de ciências informáticas da Universidade de Dakar. A sua paixão pela IA levou-a a aprofundar o assunto, e rapidamente se destacou como uma aluna talentosa e inovadora.
Para a jovem, a Inteligência Artificial pode ser determinante para o continente africano na luta contra vários problemas que enfrenta desde o acesso à cuidados de saúde em regiões remotas até à necessidade de práticas agrícolas sustentáveis.
Alinhado com estes objetivos, co-fundou uma startup chamada “AfriAI”, que tem como objectivo utilizar a inteligência artificial no desenvolvimento de soluções para a agricultura, os cuidados de saúde e a educação, com o objetivo de ter um impacto significativo na vida das pessoas comuns.
Através da startup, junto dos profissionais de saúde, desenvolveu uma ferramenta de diagnóstico baseada em Inteligência Artificial para doenças presentes no Senegal. A ferramenta melhorou significativamente a exatidão e a rapidez do diagnóstico de doenças, como malária, permitindo aos profissionais de saúde fornecer tratamento atempado e salvar vidas.
É neste sentido que surge a criação da startup chamada Afyasense (emprestou “afya”, ou saúde, do suaíli, uma língua da África Oriental) para os seus projectos de detecção de doenças utilizando Inteligência Artificial.
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A Malária é um dos maiores problemas de saúde do Senegal, e conta com a falta de testes de malária rápidos e fiáveis nas zonas rurais. Foi nesta observação que percebeu que começou a criar um sistema melhor para identificar os casos positivos de malária.
Para o funcionamento da solução, através de dados fornecidos por um um operador de laboratório que lhe deu um conjunto de dados celulares que ela introduziu numa ferramenta de aprendizagem profunda, treinando-a para detectar casos positivos.
Os utilizadores ligam os microscópios a um computador portátil carregado com o seu programa de Inteligência Artificial, incluindo microscópios impressos em 3D que são suficientes para serem utilizados em zonas rurais.
Para Ismaïla Seck, líder da crescente comunidade de Inteligência Artificial do Senegal, Rokhayana é “uma pessoa com quem é um prazer falar devido à qualidade das perguntas que faz e também das respostas que dá”.
Com a solução contra a malária, ganhou recentemente um prémio numa conferência de Inteligência Artificial no Gana e um prémio nacional no Senegal para o empreendedorismo social, bem como um financiamento de 8 mil dólares.
Diagne quer utilizar a Inteligência Artificial para melhorar os resultados da saúde na região, uma escolha que fez depois de uma série de doenças de infância a terem levado aos hospitais de Dakar, que tinham dificuldade em prestar cuidados consistentes e de qualidade.
Fora a melhoria na saúde, o trabalho da AfriAI na agricultura revolucionou as práticas agrícolas nas zonas rurais. As suas soluções baseadas em IA forneceram aos agricultores previsões meteorológicas, técnicas de otimização de colheitas e conhecimentos de mercado, aumentando assim o rendimento das colheitas e o rendimento das comunidades locais.
Fonte New York Times