Angola prepara-se para lançar mais um satélite ao espaço, neste caso será o terceiro, no âmbito do impulsionamento das capacidades de monitorização do país.
A confirmação segue com a assinatura do contrato para a construção do primeiro satélite angolano de observação da terra, entre o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS) e a Airbus Defence and Space, em março de 2023.
Após esta assinatura, a parte francesa, Airbus Defence and Space, confirmou durante a conferência New Space Africa, que o fabrico do satélite vai começar este ano.
O ANGEO-1, nome dado ao satélite, será o primeiro de observação da Terra a ser lançado em representação do país angolano. Com este satélite, o país poderá recolher dados sobre a sua superfície, atmosfera e oceanos, em monitorização do território através de um sistema com câmaras que registam imagens com diferentes resoluções espaciais.
No entanto, Bruno Parent, Diretor das Inovações Tecnológicas da França, disse que o início da construção do ANGEO-1 “depende muito da parte angolana”, mas prevê que a construção comece este ano e “pode durar três a quatro anos”.
Para Angola, representado pelo ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira, o ANGEO-1 é mais um instrumento para os objectivos espaciais de Angola.
O processo da sua construção contará com técnicos do GGPEN (Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional), vários modelos de formação para a operação do satélite e utilização de imagens, segundo acrescentou.
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Angola olha para a parceria com a França como um instrumento que permitirá a transferência de conhecimento para o desenvolvimento da indústria espacial.
O ANGEO-1 facilitará o desenvolvimento de aplicações e soluções para estimar a produtividade agrícola, monitorizar a desflorestação, supervisionar projectos de construção, bem como monitorizar e detetar navios e derrames de petróleo.
Com a sua entrada em funcionamento, Angola passará a contar com três satélites, sendo que os dois (Angosat 1 e 2) são satélites de telecomunicações.
O Angosat 2 foi lançado em resposta ao fracasso do primeiro após a sua colocação em órbita. O Angosat-1, foi construído na sequência de um acordo entre Angola e a Rússia, em 2009, custou 360 milhões de dólares ao Estado angolano, tinha um seguro de 121 milhões de dólares, que, em caso de acidente ou desaparecimento, cobriria a totalidade dos custos da sua substituição.
Com o Angosat-2, o país tem por objectivo ser um ‘hub’ africano de telecomunicações, onde através das comunicações via satélite possa se chegar aos pontos mais recônditos de forma mais rápida.
Fonte DW África Portal de IT