Segundo dados revelados pelo portal de notícias Fortune, a conectividade digital ainda está fraca para mulheres no continente africano, apenas uma em cada três mulheres africanas têm acesso à internet, em comparação com metade dos homens.
A falta de acesso digital representa um grande obstáculo para a participação plena das mulheres na economia e priva a sociedade de suas valiosas contribuições e inovações.
Como forma de dar um novo rumo a essa realidade, a Vice-Presidente dos Estados Unidos de América, Kamala Harris, anunciou recentemente investimentos no valor de mais de 1 bilhão de dólares, provenientes tanto do sector público quanto do privado.
O foco principal desses investimentos é expandir o acesso à internet para mulheres, reconhecendo que essa medida não só aumentará oportunidades para milhões de pessoas, mas também terá um impacto significativo na saúde, crescimento, estabilidade e resiliência em uma região cada vez mais estratégica.
A desigualdade de gênero no acesso à internet na África está limitando o potencial económico das mulheres e afectando a sociedade como um todo. Actualmente, as mulheres são 30% menos propensas do que os homens a possuir um telemóvel.
A falta de acesso digital também impacta negativamente na saúde e no bem-estar das mulheres. O aplicativo nigeriano Whispa Health, fundado por Morenike Fajemisin, oferece informações sobre saúde sexual e reprodutiva, bem como agendamento de consultas com profissionais de saúde e aquisição de contraceptivos e testes de DST.
A redução da divisão digital de gênero na África é crucial não apenas para o empoderamento económico das mulheres, mas também para o crescimento da economia como um todo.
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De acordo com o relatório “Retrato de Gênero 2022” da ONU Mulheres, a exclusão das mulheres da economia digital já custou aos países de baixa e média renda aproximadamente 1 trilhão de dólares em PIB na última década, e esse custo pode aumentar para 1,5 trilhão de dólares até 2025, caso a lacuna não seja reduzida.
Segundo Kamala Harris, mais do que nunca, é necessário que líderes empresariais e filantrópicos respondam ao chamado e unam aos esforços para promover a igualdade de gênero e o acesso digital na África.
O continente, com uma população de aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas, espera quase dobrar até 2050, tornando-se um mercado com grande potencial de consumo no futuro.
Kamala acredita também que investir na infraestrutura digital da África não só beneficiará as mulheres e suas comunidades imediatas, mas também impulsionará o desenvolvimento económico e social em todo o continente.
Para além do primeiro ponto apresentado, defende também que ao fechar a lacuna digital de gênero, mais mulheres serão inspiradas a buscar empreendimentos inovadores e contribuir para a solução de alguns dos maiores desafios que a África e o mundo enfrentam actualmente, desde a mudança climática até a promoção da saúde e a consolidação das democracias.
Neste sentido, o acesso à internet em África não pode ser visto como uma questão de “luxo”, mas sim, uma questão de igualdade de oportunidades e um meio para alcançar o potencial humano.
Fonte Fortune