A Seine-Port, cidade francesa ao sul de Paris, introduziu medidas de proibição do uso do telemóvel nas ruas, lojas e parques locais, após voto público a favor da proibição de utilizar o telemóvel em público.
A proibição é apresentada através de um simbolo com a imagem de um smartphone com uma linha vermelha a atravessá-lo, como se tem feito quando se trata de proibição de uma actividade num dado local.
Para uma das residentes, que votou a favor, esta pode ser uma solução para um momento que toda a gente se debate com o excesso de tempo de ecrã.
Com uma população de menos de 2.000 pessoas, a votação aconteceu em Fevereiro. No total, 277 pessoas foram votar, cerca de 20% do número de eleitores, com 54% a favor da carta.
A lei proíbe adultos e crianças de usarem os seus dispositivos enquanto caminham na rua, enquanto estiverem sentadas com outras pessoas num banco de jardim, em lojas, cafés ou a comer em restaurantes e enquanto os pais esperam pelos seus filhos em frente aos portões da escola.
E se precisar de direções do Google Maps?
No caso, por exemplo, precisar de recorrer ao mapa presente no telemóvel para direções, esta é encorajada a buscar por indicações de pessoas próximas.
Além da proibição nas ruas, a aldeia também aprovou um regulamento sobre a utilização de ecrãs pelas crianças: nada de ecrãs de manhã, nada de ecrãs nos quartos, nada de ecrãs antes de dormir ou durante as refeições.
Caso os pais dos adolescentes assinarem um acordo escrito para não darem aos seus filhos um smartphone antes dos 15 anos, a administração municipal fornecerá à criança um telemóvel antigo, apenas para chamadas.
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Há quem diga que é um ataque às liberdades, mas, para quem votou, não é assim. Trata-se de sensibilizar para o impacto dos telemóveis nas nossas vidas.
O regulamento não é aplicável pela polícia – os agentes não podem impedir ou multar as pessoas que for encontrada a mexer o telemóvel na rua, porque não existe uma lei nacional contra os smartphones.
Os comerciantes estão a ser incentivados a colocar cartazes nas montras e a pedir às pessoas que deixem de fazer uso do telemóvel.
Para quem não é a favor da lei, consideram que os ecrãs fazem parte da vida desta geração, e não se trata de proibir o telemóvel, mas ocupar-se a geração com actividades que possam fazer com que abandonem os ecrãs.
Para os jovens locais, não existem instalações suficientes para os entreter a não ser os seus telemóveis. Para uma solução a isso, o presidente do conselho municipal, prometeu um clube de cinema, troca de livros e instalações para desporto.
O Porto de Sena é a primeira cidade a tomar uma posição contra a excessiva exposição dos cidadãos aos smartphones e tablets com a proibição de serem utilizados em locais públicos.
Fonte The Guardian RFI