Há 14 anos que Cláudia Jovo Gune, actualmente docente universitária na Universidade Pedagógica, decidiu entrar para o mundo da tecnologia, num dilema do curso a frequentar no ensino superior. O sonho era ser economista, mas para evitar chatice acabou optando pela área da Informática.
“O interesse pela tecnologia inicia dentro do dilema de escolha de curso a frequentar no ensino superior. O que não foi tarefa fácil de o fazer, isso por falta de referências bem como a falta de conhecimento profundo dos diferentes cursos existentes nas universidades.”
Revela na sua apresentação na Feira de Carreira, organizado pela Maputo Frontenders
No que foi a escolha de tecnologia em desistência da área de economia, optou pela escolha de dois dois cursos similares nas duas universidades públicas nacionais,“Engenharia Informática” e “Ensino de Informática”. A sua admissão foi condicionada ao “Ensino em Informática”, após ter sido suplente, e logo no início, a primeira dificuldade encontrada, foi a falta de raparigas no curso, sendo a segunda rapariga da turma, e veio o pensamento de desistir do curso, algo que foi superado e destaca o apoio que teve por parte dos colegas.
Por conseguinte, Cláudia Jovo, viria a ser a primeira estudante da turma a graduar e dentro da própria da universidade, teve a oportunidade de trabalhar como monitora em algumas disciplinas e estagiária no centro de Informática onde desenvolveu suas habilidade sobre o impacto das tecnologias no dia-a-dia de uma universidade.
O seu trabalho de conclusão de curso teve como foco a criação de uma plataforma de gestão de processos de TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), com o objectivo de melhorar os serviços prestados à comunidade acadêmica. Através da defesa do trabalho, obteve uma bolsa para estudar fora do país, concretamente na Índia, e mesmo com barreira linguística, neste caso fraco domínio do Inglês, resolveu agarrar oportunidade. Anteriormente a isso, já havia concorrido a outras bolsas para estudar em países como Japão e Rússia.
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Após o seu mestrado, voltou à casa, e trabalhou num centro de Informática como técnica-analista de sistemas onde teve participação activa no desenvolvimento de softwares de gestão para cursos de pós-graduação, conhecido como SiSPOG, além do sistema de gestão de decisões da UP, denominado SisDEC, e do Sistema de Gestão de Projetos da UP, conhecido como SIGPRO. Além disso, também contribuiu para o desenvolvimento do sistema de inscrições online de exames de admissão.
Durante o período em que actuou como técnica na área de tecnologias, teve a oportunidade de lecionar diversas disciplinas em paralelo à sua atividade profissional. Como docente, pôde compartilhar seus conhecimentos em temas como didática de informática, sistemas de informação, engenharia de software, metodologias de projetos informáticos, análise de sistemas e desenvolvimento de sistemas.
Para Cláudia, um dos desafios do alcance do sucesso como mulher na tecnologia, é “uma experiência desafiadora e muitas vezes solitária, já que o ramo empresarial ainda é dominada por homens”, no entanto, destaca a importância de existir vários movimentos no mundo que tornam a tecnologia mais inclusiva e diversa, o que oferece mais oportunidades para as mulheres que desejam trabalhar no sector.
Actualmente é Chefe de Departamento Pedagógico da Faculdade de Engenharias e Tecnologias da Universidade Pedagógica, e docente onde ministra aulas sobre aplicações web, análise e desenho orientado a objetos (EaD), informática aplicada em ciências alimentares, fundamentos de HTML5, tecnologia de informação e comunicação (ISCED) e software development fundamentals e system analysis and design para alunos de uma escola de negócios.




