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“Dizem que sou um gênio, mas simplesmente estudei”, Jeffer Marcelino 

Jeffer Marcelino

Jeffer Marcelino é o nome do jovem que somente passa despercebido para quem não está conectado com a tecnologia moçambicana. Em todo caso, aqui está a Kabum para te apresentar. 

Com 17 anos de idade, pelas suas habilidades é visto por muitos profissionais da área como um gênio, mas para ele, tudo resume-se em “começar cedo a sonhar e realizar”, e ir atrás do conhecimento.

O seu contacto com a tecnologia iniciou-se bem cedo, primeiro sonhara em ser cientista motivado por canais de conteúdos televisivos voltados à ciência, mais tarde surgiu um interesse por jogos e começou a procurar formas de fazer jogos e resultou na criação de alguns jogos “bem simples” através da programação em bloco (programação que permite criar animações, gráficos e jogos).

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Aos 12 anos, decide que quer ser hacker e com ajuda do primo teve recomendações do que podia fazer na profissão e que caminho seguir.

No início, com acesso limitado a internet, sempre que tinha acesso, buscava sempre que possível baixar livros para com tempo ler no offline e desenvolver as suas habilidades.

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Na transição dos 12 aos 13 iniciou-se na programação através de um curso de programação baixado no Youtube e “foi nessa época que realmente comecei a programar”, saindo do interesse de ser cientista, criação de jogos, hacker para a programação. 

“Programação é a minha maior paixão, posso passar 10 horas a programar, é diversão e minha vida profissional”.

Jeffer Marcelino

Entrar no mundo da tecnologia ainda no ensino médio (secundário) foi um dos grandes desafios, pela falta de pessoas com quem partilhar as dores da área. As coisas mudam quando descobre as comunidades e conecta-se com o pessoal que partilha dos mesmos sonhos. Um outro desafio é conciliar o sonho com o trabalho e a escola.

 “A Vodacom é a Google de Moçambique”

Um dos seus sonhos é trabalhar na Vodacom, pois é uma das maiores empresas de tecnologia, e além disso, para Jeffer “a Vodacom é a Google de Moçambique e pelo pessoal com o qual vou trabalhar, pessoas que vão me entender e que seguem as tendencias”, conta.

A certeza sobre ser esta a empresa que ambiciona trabalhar, conecta-se também com o facto de ter sido formador de um dos programas da empresa no empoderamento das mulheres na tecnologia. 

Quanto a essa experiência, Jeffer destaca como desafiador por ter ensinado programação para raparigas sem conhecimento prévio em informática. “imagina explicar programação para alguém que nunca mexeu no mouse?” Contudo, o resultado final foi inspirador por conseguir partilhar o seu conhecimento.

Dentro dos pontos marcantes da sua carreira ressalta sair do anonimato para membro da equipe da Maputo Frontenders (comunidade moçambicana de desenvolvedores), como também a evolução das suas habilidades em resultado desse contacto com o ecossistema e estar à frente da implementação de projectos e eventos ligados a tecnologia.

E porque nenhuma carreira é 100% feita de vitórias, ter perdido num hackathon também entra na lista e serviu para perceber a importância de falhar e continuar a tentar.

Como profissional na tecnologia, é inspirado por moçambicanos como Ismael Grahms (especialista em engenharia de software na Vodacom Mozambique) e Calebe Miquissene (engenheiro de software na PayBack na Alemanha) que o tem ajudado muito na construção da sua carreira.

Daqui a 5 anos, almeja continuar a trabalhar em prol do desenvolvimento do ecossistema, como também ter a sua própria empresa de tecnologia ou estar a contribuir a distância (fora do país) e continuar a programar por “diversão”.

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