Quando se fala de um gênio incompreendido na história da humanidade, as pesquisas costumam nos levar para o Nikola Tesla, inventor, engenheiro eletrotécnico e mecânico que contribuiu no desenvolvimento do projecto do moderno sistema de fornecimento de eletricidade em corrente alternada.
A incompreensão resulta do facto deste ser o responsável por várias invenções, mas não serem creditadas em seu nome, como também, na altura, ter sido criticado e desacreditado enquanto um revolucionário.
Nos dias de hoje, novos genios surgem e alguns entram na lista criada para a colocação do Nikola Tesla, caso do empreendedor filantropo sul-africano-canadiano Elon Musk, hoje conhecido como o homem mais rico do mundo com uma fortuna que alcança 264,6 bilhões de dólares, ultrapassando outros nomes como Jeff Bezos, Bernard Arnault, Bill Gates.
A história repete-se com Elon Musk, quando este aparece, várias vezes em público para apresentar as suas metas e crenças, o que divide opiniões ao ponto de ser chamado de louco, isto até que conseguisse provar que o impossível é possível.
Carros eléctricos com direção autônoma, ruas e avenidas subterrâneas, com trânsito rápido, viagens espaciais de final de semana, ir de uma ponta à outra de um país continental, via terrestre, em pouco mais de meia hora, são alguns dos vários projectos que dividem opiniões e foram desacreditados quando Musk apresentou ao público, mas a persistência levou o empreendedor a alcançar os sonhos.
As conquistas colocaram-no na lista de um dos maiores inventores do século actual e que quebra barreiras antes não pensadas, actuando em áreas como neurotecnologia, internet, produção de energia limpa, desenvolvimento de projetos aeroespaciais, inovação automobilística e inteligência artificial.
A sua versatilidade e ou actuação em várias áreas inicia-se na década de 1990 ao lado do irmão, Kimball Musk, onde fundam uma empresa de geolocalização chamada Global Link que oferecia serviços semelhantes aos actuais do Google Maps, onde por meio de dados públicos de mapas e negócios, pudesse gerar uma plataforma para comerciantes anunciarem e se conectarem com consumidores, tendo os jornais como seus principais clientes.
No ramo bancário, criou a X.com, um dos primeiros bancos digitais do mundo, em 1999, e mais tarde (2002) resolveu dedicar-se ao desenvolvimento de um sistema de pagamentos online rebatizando o nome da empresa desenvolvedora do sistema para PayPal. No mesmo ano, criou a SpaceX, uma empresa que tem como objectivo espalhar vida humana pela galáxia, desenvolvendo e lançando seus próprios protótipos de foguetes de um investimento de 100 milhões de dólares da sua fortuna pessoal.
A ideia de povoação de outras galáxias, resulta da preocupação de Musk com os rumos da humanidade, iniciando com a instalação de uma estufa no solo do planeta Marte. Uma ideia que continua sendo desacreditada por muitos, porém Elon segue em frente destacando-se como projecto mais desafiador a exploração aeroespacial através da Space X.
Um dos passos foi a produção dos próprios foguetes e a implantação de processos que tornaram acessível a exploração espacial.
O primeiro foguete foi lançado em 2006, batizado de Falcon 1, em homenagem à saga Star Wars e foi um sucesso, tanto que hoje tem na lista dos clientes a NASA no uso dos seus equipamentos.
Em 2020, a empresa foi considerada uma das três maiores do mundo, estando avaliada na altura em 1 bilhão de dólares.
A versatilidade estende-se também para a área da mobilidade urbana com a fundação da empresa de carros eléctricos, Tesla Motors, em 2004, que se tornou CEO da mesma em 2008.
Ao assumir o cargo, transformou-se na cara da empresa e, assim como na Space X, a cada novo “lançamento” de um foguete, ou de um novo carro, o acontecimento é acompanhado de um verdadeiro evento.
Mas nem tudo foi fácil, a empresa quase chegou à falência devido a demora na entrega de um projecto a investidores, levando-o a recorrer a um empréstimo para a empresa poder se manter. O pior só não aconteceu porque dois dias antes do fim do prazo, Musk conseguiu um subsídio de 40 milhões de dólares, que salvou a ele e às suas empresas.
Entre ser desacreditado, o homem segue com o trabalho, tanto que quando alcançou a posição número um dos homens mais ricos, através da rede social Twitter o empreendedor escreveu: “Que estranho. Bom, de volta ao trabalho…”
A par do twitter, as atenções têm sido para a possível compra da plataforma que acabou acontecendo de uma oferta de compra de 44 bilhões de dólares feita por Elon Musk. O negócio, que deve ser concluído ainda neste ano, precisa da aprovação formal dos acionistas da empresa e dos órgãos regulatórios.