A Neuralink, startup co-fundada por Elon Musk, recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa americana, para conduzir seu primeiro estudo clínico para implantes cerebrais em humanos.
O anúncio da autorização foi feito em Maio, porém, em publicação na rede social Twitter, a Neuralink revelou que o recrutamento de pacientes para seu ensaio clínico ainda não está aberto.
A startup foi fundada em 2016 e actual no ramo da neurotecnologia, e faz parte da indústria emergente de interface cérebro-computador, também conhecida por BCI.
Um BCI é um sistema que decifra sinais cerebrais e os traduz em comandos para tecnologias externas.
Há décadas, os cientistas têm estudado a tecnologia BCI, e várias empresas desenvolveram sistemas promissores que almejam lançar no mercado.
No entanto, obter a aprovação para um dispositivo médico comercial não é uma tarefa fácil. Isso requer que as empresas realizem com sucesso várias rodadas exaustivas de testes e colecta de dados de segurança.
Em Março, a Reuters informou que o FDA havia rejeitado o pedido da Neuralink para testes em humanos e apresentou várias questões que a empresa precisava resolver.
A startup de chips cerebrais de Elon Musk, tem vindo a construir um implante cerebral chamado Link, que visa ajudar pacientes com paralisia severa a controlar tecnologias externas usando apenas sinais neurais.
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Trata-se de um passo que pode, eventualmente, ajudar pacientes com doenças degenerativas graves a recuperar sua capacidade de se comunicar movendo cursores e digitando com suas mentes por meio de uma conexão Bluetooth, de acordo com o site da empresa.
A imprensa americana destaca que nenhuma empresa BCI conseguiu obter o selo final de aprovação do FDA. Mas ao receber a aprovação para um estudo com pacientes humanos, a Neuralink está um passo mais perto do mercado.
Além de ajudar pacientes com paralisia, os especialistas acreditam que os BCIs podem um dia ajudar a tratar doenças como cegueira e doenças mentais.
Musk expressou sua intenção de que o Neuralink explore esses casos de uso futuros, bem como aplicações potenciais para pessoas saudáveis.
A notícia positiva acontece depois de uma série de problemas recentes na empresa. Em fevereiro, o Departamento de Transportes dos EUA confirmou à CNBC que havia aberto uma investigação sobre a Neuralink por supostamente embalar e transportar hardware contaminado de maneira insegura.
A empresa também foi criticada por grupos activistas por seu supostos experimentos em macacos que resultaram em hemorragia interna, paralisia, infecções crônicas, convulsões, declínio da saúde psicológica e morte.
Fonte Valor Investe