A empresa de implantes cerebrais Neuralink, de Elon Musk, abordou um dos maiores centros de neurocirurgia dos EUA como potencial parceiro de testes clínicos, à medida que se prepara para testar seus dispositivos em humanos, assim que reguladores permitirem.
A Neuralink vem desenvolvendo implantes cerebrais desde 2016, os quais espera que sejam eventualmente uma cura para condições intratáveis, como paralisia e cegueira.
Em janeiro de 2022, a empresa Neuralink sofreu um contradição quando a Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) rejeitou sua aplicação para avançar com testes em humanos, citando grandes preocupações com a segurança.
Desde então, a empresa vem trabalhando para abordar as preocupações da agência reguladora, e não está claro se e quando será bem-sucedida.
De acordo com fontes, a Neuralink vem conversando com o Barrow Neurological Institute, uma organização de tratamento e pesquisa de doenças neurológicas com sede em Phoenix, para ajudar nos testes em humanos.
A Neuralink também discutiu colaborações com outros centros, disseram as fontes, que pediram anonimato para discutir as deliberações confidenciais.
Francisco Ponce, director do Centro de Neuromodulação e Programa de Residência em Neurocirurgia do Barrow, se recusou a comentar sobre a Neuralink, porém o Barrow está posicionado para conduzir pesquisas de implantes devido ao seu longo histórico no campo.
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A FDA se recusou a comentar sobre os esforços da Neuralink para encontrar um parceiro para seus testes clínicos.
Os últimos esforços da Neuralink vêm à tona enquanto a empresa enfrenta duas investigações federais nos Estados Unidos sobre suas práticas.
O Inspector Geral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos começou a investigar possíveis violações do bem-estar animal na Neuralink no ano passado.
Funcionários atuais e antigos detalharam preocupações à Reuters sobre os experimentos com animais apressados da empresa, resultando em sofrimento e mortes desnecessários.
O Departamento de Transportes dos Estados Unidos disse que está investigando o possível manuseio inadequado de patógenos perigosos durante a parceria da empresa em testes com animais com a Universidade da Califórnia, entre 2018 e 2020.
De acordo com Ponce, o Barrow ajudou a padronizar as cirurgias de implante cerebral nas quais o paciente pode permanecer adormecido, um passo importante para torná-lo mais aceitável para um amplo conjunto da população.
Isso está de acordo com a visão de Musk para o chip cerebral da Neuralink. O CEO bilionário da Tesla e proprietário do Twitter disse que os implantes cerebrais da Neuralink se tornarão tão global quanto a cirurgia ocular.
Os dispositivos que o Barrow vem implantando até agora são diferentes dos da Neuralink. O Barrow trabalha com dispositivos de estimulação cerebral profunda, que receberam aprovação da FDA em 1997 para ajudar a reduzir os tremores de Parkinson e foram implantados em mais de 175.000 pacientes.
O implante da Neuralink é um dispositivo de interface cérebro-computador (BCI), que usa eletrodos que penetram no cérebro ou ficam em sua superfície para fornecer comunicação direta aos computadores.
Até agora, nenhuma empresa recebeu aprovação nos Estados Unidos para lançar um implante no mercado.
Fonte Reuters
