Um estudo da Harvard Business School revela que as mulheres estão a adoptar a Inteligência Artificial (IA) generativa mais lentamente do que os homens.
Intitulado “Global Evidence on Gender Gaps and Generative AI”, o estudo foi realizado em colaboração com a Universidade da Califórnia e a Universidade de Stanford.
Os investigadores analisaram 18 estudos que envolveram mais de 140 000 estudantes universitários e trabalhadores, incluindo empresários, analistas de dados, programadores de software e executivos de países como os Estados Unidos, Suécia, México, China e Marrocos.
Na maioria dos estudos, a percentagem de mulheres que adoptaram ferramentas de Inteligência Artificial foi 10 a 40% inferior à dos homens.
Apenas um inquérito do Boston Consulting Group, realizado com trabalhadores da área tecnológica de São Francisco, concluiu que as mulheres tinham 3% mais probabilidades de utilizar IA do que os homens.
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Além disso, os investigadores analisaram os utilizadores de IA por género. Entre Novembro de 2022 e Maio de 2024, as mulheres representaram apenas 42% dos 200 milhões de utilizadores mensais médios do site do ChatGPT, uma das ferramentas mais importantes da IA.
Rembrand Koning, professor associado da Harvard Business School, explica que há uma grande disparidade de género subjacente a estes dados. A investigação mostra que as mulheres adoptam ferramentas de IA a uma taxa 25% inferior à dos homens, em média.
Koning sugere que as mulheres estão preocupadas com a ética da utilização das ferramentas e receiam ser julgadas no local de trabalho por confiarem nelas. “As mulheres podem ficar para trás no desenvolvimento de competências”, alerta.
Consequências para as empresas e para as mulheres
Koning acredita que as empresas podem perder ganhos de produtividade se as mulheres continuarem a evitar a IA generativa. Além disso, as mulheres podem ficar em desvantagem no desenvolvimento de competências essenciais para o sucesso profissional.
“É importante criar um ambiente em que toda a gente sinta que pode participar e experimentar estas ferramentas sem medo de ser julgada”, afirma Koning.
Com esta realidade, a preocupação é que se as mulheres continuarem a afastar-se da IA, as diferenças entre homens e mulheres em termos de salários e oportunidades de emprego podem perpetuar-se.