Para o criador do Facebook, o continente europeu pode ficar para trás na exploração da inteligência artificial (IA), devido às regras que têm sido impostas às empresas no desenvolvimento das suas soluções.
A revelação foi reforçada no último evento da Meta, onde foram apresentadas as novas soluções que combinam, no seu funcionamento, a inteligência artificial, tendo a marca informado que alguns dos dispositivos podem demorar a chegar devido às restrições.
Na lista, estão os óculos Orion, desenvolvidos pela Meta para actuar como um assistente útil, e que não chegarão ao Reino Unido ou à União Europeia tão cedo.
Mark acredita que as regras restritivas, aprovadas pelos legisladores europeus, criaram incerteza quanto aos dados que podem ser utilizados para treinar modelos de IA.
“A Europa tornou-se menos competitiva e menos inovadora em comparação com outras regiões”, disse Mark, citado pela GB News.
O CEO reforçava, assim, a mensagem anteriormente enviada pela sua empresa, juntamente com outras 58 empresas de tecnologia, aos tomadores de decisão, com o aviso de que a regulamentação fragmentada em torno da IA colocaria a Europa continental em risco de “ficar ainda mais para trás na era da IA”.
Os executivos destacam que a Europa, que tem mais desenvolvedores do que os Estados Unidos, está bem posicionada para capitalizar os avanços em IA de código aberto.
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No entanto, o complexo ambiente regulatório do continente está a sufocar a inovação e a criar obstáculos para os desenvolvedores.
Um dos impasses que as restrições criam para a empresa, por exemplo, é no treino da inteligência artificial através de conteúdo que é partilhado pelos utilizadores das redes sociais da marca (Facebook, Instagram, WhatsApp).
Para a empresa, o processo é essencial para ajudar a sua IA a reflectir a história e a cultura britânicas.
Com a saída formal do Reino Unido da União Europeia, a Meta espera que seja possível fazer chegar a este canto os dispositivos e aplicações antes do resto da Europa.
Além disso, a marca já começou a treinar os seus modelos de IA utilizando publicações, fotografias e comentários partilhados publicamente por adultos no Facebook e no Instagram no Reino Unido, o que não pode acontecer noutras partes da Europa devido à regulamentação.
Na Austrália, o Facebook admitiu que recolhe fotos públicas, mensagens e outros dados de utilizadores para treinar os seus modelos de inteligência artificial.
A revelação foi feita pela directora global de privacidade da Meta, Melinda Claybaugh, durante uma audição quando questionada sobre a possibilidade da recolha dos dados de australianos para construir as suas ferramentas de inteligência artificial generativa.
Fonte GB News