Ligar a África à Austrália é o próximo passo do Google, empresa atualmente liderada por Sundar Pichai, e acontecerá através do lançamento do primeiro cabo submarino de fibra óptica.
Os cabos são uma parte essencial da infraestrutura digital mundial, transportando mais de 99% do tráfego intercontinental de dados e permitindo a conectividade mundial e a Internet.
Cabos submarinos consistem num cabo de comunicação colocado no fundo do mar entre estações de aterragem de cabos (CLS) em terra para transportar sinais de telecomunicações através de extensões do oceano.
Trata-se do cabo que leva por nome Umoja que ajudará a melhorar a cobertura numa das zonas do mundo com menos ligações.
Umoja está alinhado com o projecto África Connect em que faz parte o projeto submarino existente da Google, o Equiano. Será instalado no Quénia, passando por vários países africanos antes de atravessar o Oceano Índico, da África do Sul à Austrália.
A ligação por cabo será também feita à nova região Google Cloud em Joanesburgo, nomeadamente,o primeiro centro de dados africano da Google, que está operacional desde o início deste ano 2024.
O anúncio surge na sequência de falhas de energia em África, que foram causadas por cabos submarinos defeituosos, e a situação é vista como o reforço da conectividade por parte da Google para garantir fornecimento de serviços resilientes aos consumidores e às empresas.
Olhando para as interrupções que se registam ao nível do continente, o presidente do Quénia, William S. Ruto, olhou para o projecto como a solução ao problema das recentes perturbações, garantindo a resiliência da conectividade da nossa região com o resto do mundo.
“Ao reforçar a nossa espinha dorsal digital, estamos não só a melhorar a fiabilidade, mas também a preparar o caminho para uma maior inclusão digital, inovação e oportunidades económicas para os nossos cidadãos e empresas”,
afirmou o presidente.
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Para Brian Quigley, vice-presidente do Google Cloud para a infraestrutura de rede global, o Umoja permitirá que os países africanos liguem-se de forma mais fiável entre si e ao resto do mundo.
“Estabelecer uma nova rota distinta das rotas de conetividade existentes é fundamental para manter uma rede resiliente para uma região que historicamente sofreu interrupções de alto impacto”,
disse.
No seu percurso do Quénia à África do Sul, a rota incluirá fibra terrestre que passa pelo Uganda, Ruanda, República Democrática do Congo, Zâmbia e Zimbabwe, este trajecto incluirá pontos de acesso que permitirão a outros países tirar vantagem da rede para as suas comunicações.
Segundo a Google, o novo projecto é fundamental para manter uma rede resiliente em África, que historicamente tem sofrido interrupções de grande impacto e reforçará a capacidade do Equiano.
Só este ano, os cortes de cabos no Mar Vermelho e ao largo da Costa do Marfim causaram um caos na ligação à Internet em África.
No caso do cabo, este não foi Equiano não foi afectado por estes cortes, tornando-se a espinha dorsal que tornou capaz com que cabos da Costa Ocidental ainda tivessem capacidade de garantir a comunicação de África para a Europa e o resto do mundo.
Até então, a parte terrestre do percurso já está concluída, sendo o novo passo o trabalho de canalização do cabo através do Oceano Índico até Perth, na Austrália, sem prazo de conclusão confirmado.
Fonte Capacity Media Techcrunch