O empreendedor e designer moçambicano Guidione Machava está entre os expositores da edição de 2025 do Web Summit, uma das maiores conferências de tecnologia do mundo, que decorre em Lisboa, Portugal, de 11 a 13 de novembro.
Machava apresenta o World Class Design, uma ferramenta desenvolvida para revolucionar a forma como o talento em design é avaliado. Em vez de actuar como uma plataforma de recrutamento tradicional, o projecto propõe um novo paradigma: permitir que empresas avaliem designers com a mesma precisão com que softwares de IA analisam currículos técnicos, transformando a avaliação de trabalho criativo num processo objectivo, mensurável e escalável.
“O portfólio de um designer sempre foi julgado pela intuição de quem o avalia”, explica Guidione. “Com o World Class Design, queremos eliminar essa subjectividade e criar um sistema que traduza qualidade em dados, não em gostos pessoais.”
A ferramenta é capaz de padronizar e escalar a análise de portfólios, reduzindo o peso de preferências estéticas individuais e permitindo que equipas de design e recrutamento tomem decisões mais rápidas, informadas e justas. O objectivo é claro: tornar o impacto do design tão verificável quanto o de qualquer outra competência técnica.
Esta visão nasceu e ganhou força no Station F, em Paris, considerado o maior e mais prestigiado campus de startups do mundo, onde Guidione foi selecionado entre as 1000 startups actualmente incubadas. A presença no Station F consolidou o posicionamento internacional do World Class Design e abriu portas para colaborações com empresas e investidores em toda a Europa.
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Nesta 10ª edição do Web Summit, que reúne mais de 70 mil participantes, 2 500 startups e mil investidores, as discussões giram em torno de temas como programação intuitiva, ética tecnológica e regulação da inteligência artificial, incluindo o papel da IA na transformação das indústrias criativas. Entre as empresas presentes estão Meta, Nvidia, Microsoft e Boston Dynamics.
“Estar no Web Summit é uma continuação do que começámos no Station F”, conclui Guidione. “Não é apenas sobre estar num palco europeu, é sobre provar que designers africanos podem criar tecnologias que mudam o modo como o mundo avalia o talento criativo”.
Com mais de dez anos de experiência internacional em design e estratégia de produto, Guidione já colaborou com empresas como a Shopify, o Banco Mundial e diversas startups em fase inicial. Hoje, a viver em França, continua a expandir a missão do World Class Design: estabelecer um novo padrão global de excelência em design, onde talento e credibilidade se tornam visíveis e comparáveis. É também fundador da Kabum Digital, revista moçambicana sobre tecnologia.




