Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, desenvolveu um robô de leitura de Braille com um algoritmo que possibilita dobrar a velocidade de leitura em comparação com a leitura humana.
Braille é um sistema de escrita utilizado por e para pessoas cegas e que consiste num código de 63 caracteres, cada um composto por um a seis pontos em relevo dispostos numa matriz ou célula de seis posições.
O sensor robótico utiliza inteligência artificial para ler braille a uma velocidade notável de 315 palavras por minuto com 87% de precisão, ultrapassando a velocidade média de leitura humana.
Numa nota enviada ao EurekAlert, o primeiro autor do estudo e estudante universitário do Pembroke College (do Departamento de Engenharia de Cambridge), Parth Potdar, afirmou que, “a suavidade das pontas dos dedos humanos é uma das razões pelas quais somos capazes de agarrar as coisas com a quantidade certa de pressão”.
“Para a robótica, a suavidade é uma caraterística útil, mas também é necessária muita informação dos sensores, e é difícil ter as duas coisas ao mesmo tempo, especialmente quando se lida com superfícies flexíveis ou deformáveis”,
acrescenta.
O Braille é um teste ideal para a “ponta do dedo” de um robô, uma vez que a sua leitura requer uma elevada sensibilidade, já que os pontos em cada padrão de letras representativo estão muito próximos uns dos outros.
“Existem leitores robóticos de braille, mas só lêem uma letra de cada vez, o que não é a forma como os humanos lêem”, disse o coautor David Hardman, também do Departamento de Engenharia.
O estudo descreve o desenvolvimento de um sistema robótico de leitura de braille com uma câmara na “ponta do dedo” do robot, que capta imagens do braille enquanto os sensores trabalham em conjunto para descodificar e ler o braille.
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Os investigadores tiveram em conta que o leitor robótico teria de ser capaz de traduzir o texto a grande velocidade, sendo que as imagens desfocadas constituiriam um potencial obstáculo à eficiência.
Os investigadores decidiram treinar um sistema de leitura robótica para ler braille de forma mais eficaz, utilizando imagens nítidas/focadas de braille com uma falsa desfocagem aplicada. O robo foi treinado com sucesso e foi utilizado um modelo de visão por computador para clarificar os caracteres e as letras correspondentes.
“A velocidade de leitura do braille é uma excelente forma de medir o desempenho dinâmico dos sistemas de deteção tátil, pelo que as nossas descobertas podem ser aplicáveis para além do braille, em aplicações como a deteção de texturas de superfície ou de deslizamento na manipulação robótica”,
Parth Potdar, primeiro autor do presente estudo.
O robô leitor de braille resultante melhorou os leitores robóticos estáticos existentes que só conseguem ler um padrão de letra de cada vez. O robô foi capaz de ler 315 palavras por minuto, o dobro da velocidade dos humanos – com uma precisão de 87%.
A meta dos investigadores do estudo pretende continuar a desenvolver a sua tecnologia para criar uma mão humanoide ou desenvolver uma pele semelhante à humana.
Ainda que não tenha sido concebida como tecnologia de assistência, esta descoberta irá impactar no desenvolvimento de mãos robóticas sensíveis e de próteses.
Fonte The Weather Neuroscience News




