A Internet está, desde o dia 25 de Março, “inundada” por imagens geradas por Inteligência Artificial, alinhadas com a nova actualização do ChatGPT, que permite a criação e personalização única de imagens com alta qualidade.
O destaque vai para a criação de imagens no estilo Ghibli, um “traço” característico do estúdio japonês de animação que ganhou fama mundial pelos seus filmes e pela sua estética.
A palavra Ghibli deriva do termo italiano “ghibli”, baseado no nome do vento quente do deserto que sopra na Líbia. Também se refere a uma aeronave italiana, o Caproni Ca.309 Ghibli.
Numa altura em que a criação torna-se mais viral e cada vez mais acessível aos utilizadores, surge a questão: será que esta tecnologia consegue capturar a essência humana?
Para Ferrão Chico, designer moçambicano, ainda que esta tecnologia seja impressionante, por ser constituída por algoritmos sofisticados, como os modelos de deep learning, que conseguem criar rostos, expressões e movimentos com detalhes surpreendentes, há um elemento essencial que continua ausente: a alma humana.
O seu posicionamento é expresso num artigo de opinião publicado no site Genius Behind The Brand, onde analisa “A Inteligência Artificial e a Impossibilidade de Capturar a Alma Humana”.
“Quando vemos um retrato ou um vídeo de uma pessoa real, percebemos nuances emocionais que vão além da aparência. As imagens geradas por IA, por mais sofisticadas que sejam, carecem desse aspecto vital”, escreve.
Chico ressalta que o que torna uma imagem ou um vídeo impactante não é apenas a qualidade técnica, mas a história e o sentimento que carrega, pois a arte sempre dependeu da conexão entre o criador e o público.
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“Mesmo em animações, em que não há actores reais, há a intenção e o esforço humano por trás de cada frame”, lê-se.
Para ele, a expressividade surge da interacção entre emoção e experiência, e isso é algo que a IA ainda não consegue replicar.
Embora a IA continue a evoluir e a aprimorar as suas capacidades de geração visual, Ferrão acredita que a essência da experiência humana continua inalcançável.
A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para auxiliar na criação de conteúdo, mas a autêntica emoção e a profundidade da vivência humana permanecerão exclusivas dos seres humanos, ressalta.
Fonte GBTB