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Jovem desenvolve impressora 3D para criação de próteses

Jovem

Milton Neves, jovem moçambicano e recentemente licenciado pela Universidade Eduardo Mondlane em Engenharia Electrónica, desenvolveu uma impressora 3D de baixo custo para concepção de próteses ortopédicas.

Uma prótese ortopédica é um componente artificial que substitui um membro, órgão, tecido ou articulação do corpo que foi amputado ou não funciona como deveria. As próteses ortopédicas são usadas para ajudar as pessoas a recuperarem a sua autonomia e mobilidade, melhorando as suas funcionalidades diárias. 

O trabalho faz parte da sua apresentação de final de curso com tema “Análise e construção de uma impressora 3D para concepção de próteses ortopédicas: uma solução na inclusão social de deficientes físicos”, e a sua concepção foi motivada pelo trabalho desenvolvido pela empreendedora moçambicana Marta Uetela, fundadora da BioMec, uma startup dedicada à produção de próteses ortopédicas com base no plástico presente nos oceanos. 

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Tudo teve seu início quando Milton Neves acompanhou um episódio da Marta Uetela no Podcast Kubhula, onde explicou que no processo de fabricação das próteses ortopédicas uma das dificuldades citadas reside na aquisição de impressoras 3D devido ao alto custo dos mesmos. 

“Achei a solução dela muito relevante para o país, então decidi abraçar a ideia de ajudar na corrida pela inclusão social. A partir daí tive a ideia de desenvolver uma impressora 3D de baixo custo”,

conta.

Para a sua concepção foi usado um filamento de PLA que é extrudado em uma plataforma de construção, criando uma peça 3D camada por camada. Com a construção concluída da impressora foram realizados testes e experimentos para avaliar seu desempenho e a qualidade das próteses impressas. 

Segundo fez saber, “verificou-se a precisão dimensional e a resistência mecânica das próteses concebidas. Os resultados obtidos foram promissores, demonstrando o potencial dessa tecnologia para a criação de próteses personalizadas de forma rápida e acessível”, disse Milton Neves.

Dentre os desafios na concepção e a futura entrega da solução ao mercado, está a  escassez de material didático para estudo desse tipo de tecnologia, uma vez que a maioria dos livros consultados estão na língua inglesa e, ainda que tenha domínio do inglês, a pesquisa tornou-se mais lenta do que poderia ter sido na língua portuguesa.

Com a sua formação, acredita que o país conta assim com mais um solucionador de problemas, com o  foco sempre no desenvolvimento de soluções para os problemas enfrentados no país com a pretensão de levar a solução já aqui desenvolvida para vários cantos de Moçambique. 

“Gostaria de poder desenvolver mais impressoras para a distribuição nos departamentos de ortopedia dos hospitais Moçambicanos. Aí teríamos alguma rapidez na resposta face à demanda de próteses no país”,

afirma.

Anteriormente à sua formação em Engenharia Electrónica,  foi formador de Programação em C e Controladores Residenciais no Instituto Above Moçambique, onde ajudou na formação de técnicos qualificados de Automação Residencial. 

Actualmente é estagiário na empresa Binga Moçambique, na área de Procurement com ambições alcançar o mais alto nível na área de Automação Industrial.

Fora a solução aqui apresentada, já desenvolveu trabalhos curriculares durante a sua formação, como é o caso da Bengala Electrónica para inclusão de deficientes visuais e sistema automático de selecção de peças para reciclagem baseado e electropneumática.

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