Steve Jobs é, com certeza, um dos inovadores mais emblemáticos do mundo. Tudo começou com a criação da empresa Apple, onde, junto da sua equipe, mudou os rumos da inovação, desde o desenvolvimento do computador pessoal até o smartphone.
Falando do smartphone, referimos-nos à criação do iPhone, que foi lançado em 9 de janeiro de 2007. O legado de Steve Jobs é desejado por muitos, e também inspira várias outras pessoas que gostariam de ser consideradas os “novos Steve Jobs”. E há quem tenha conseguido, como Lei Jun, o Steve Jobs da China.
Lei, é um investidor de 43 anos e empresário em série, é o rosto público da Xiaomi. Tal como Jobs, tem fãs intensamente leais, na sua maioria, jovens do sexo masculino que adoram gadgets. A empresa lançou uma convenção anual para os fãs e organiza regularmente encontros de utilizadores que têm a sensação de reavivamentos religiosos, onde os fãs mais obstinados cantam, aplaudem e jogam jogos. Lei tem mais de 4 milhões de seguidores no microblog na China e passa horas no MiTalk, o site de conversação da Xiaomi, para solicitar a opinião dos utilizadores.
Na sua primeira grande oportunidade, Lei vendeu a empresa de comercio a retalho online Joyo à Amazon em 2004 por 75 milhões de dólares. Três anos mais tarde, comprou a Kingsoft, uma empresa de software antivírus, na Bolsa de Valores de Hong Kong. É investidor na UC Web, dedicada a venda um navegador móvel popular, e na empresa YY, que oferece uma aplicação de vídeo em tempo real.
Em 2010, Lei fundou a Xiaomi junto do seu amigo Lin Bin, antigo engenheiro da Microsoft e da Google que é actualmente o vice-presidente da Xiaomi. Os dois homens, ambos com mesma idade (55 anos), tinham passado os meses anteriores a sonhar com um telemóvel de alta especificação e baixo preço.
A Xiaomi é a quarta maior produtora de smarphones do mundo, atrás somente da Samsung, Huawei e Apple. Após a criação em 2010, estreou no mercado financeiro de Hong Kong em julho de 2018.
A Xiaomi, que já vendeu 3 milhões de aparelhos, tem como objetivo vender telemóveis de alta potência quase a preço de custo, levando depois os utilizadores a pagar mais pelos serviços móveis. A empresa teve um enorme número de jovens seguidores para o seu telemóvel de estreia, o MI-One.
O M1-1 foi lançado em Agosto de 2011 e esgotou em dois dias. Em agosto de 2014 foi lançado o Mi-2 que também esgotou em poucos dias.
“É sempre divertido ultrapassar o medo e continuar a desafiarmo-nos a nós próprios.” Lei no seu blogue.
Entre as comparações com o Steve Jobs, está a direção de uma empresa de tecnologia com rápido crescimento, criação de produtos com uma visão única, e também prefere o estilo simples de Jobs, a combinação de camisa preta e calças de ganga que era o traje padrão do antigo CEO da Apple.
No meio da sua designação com Steve Jobs da China, Lei já arriscou ao afirmar que pode ter sucesso na China de uma forma que Jobs nunca poderia ter igualado.
“Se Jobs tivesse vivido na China, penso que não teria tido sucesso”, disse Lei numa entrevista à FORBES.
“Jobs era um perfeccionista minucioso, enquanto a cultura chinesa enfatiza o caminho do meio”.
Lei Jun
Trata-se de uma lição que é considerada difícil de se aprender pelas empresas americanas. Como exemplo, a saída da Google da China continental face à persistente censura dos resultados de pesquisa.
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As rápidas vendas iniciais do telemóvel foram feitas em grande parte através do boca-a-boca, sem gastos em anúncios impressos ou televisivos.
Em 2019, foi notícia a doação de 1 bilhão de dólares para caridade por parte do empreendedor em resultado da recepção do valor em ações como bônus pelas “suas contribuições para a empresa” após a companhia abrir seu capital no mercado financeiro.
Lei Jun é também visto como uma fonte de inspiração e demonstração que as startups não são apenas criadas por jovens, uma vez que já tinha 40 anos quando criou a Xiaomi.
Fonte Forbes




