Chama-se Madalitso Mnduwira, jovem e estudante malawiano e desenvolveu um par de luvas que traduzem línguas gestuais para voz em tempo real.
Designadas “Hand of Speech” (Mão da Expressão Verbal, em tradução literal para português), com a criação das luvas, o jovem tem por objectivo melhorar a comunicação com pessoas com deficiências da fala, sendo que as luvas interpretam os gestos da linguagem gestual em discurso, utilizando o inglês ou línguas locais.
Para a criação das luvas, o autor inspirou-se na dificuldade que tinha de se comunicar com um amigo próximo que tem uma deficiência da fala, como também pela verificação da descriminação do pessoal que usa sinais para comunicação, o que resultou no desenvolvimento das luvas como solução prática para o problema.
“Estava a fazer investigação sobre as barreiras da comunicação e vi que as pessoas com deficiência auditiva são negligenciadas, por isso foi assim que criei esta inovação, queria fazer algo diferente”,
disse.
Com 22 anos de idade e a estudar Tecnologia da Informação na Universidade de Negócios e Ciências Aplicadas do Malawi (MUBAS), a sua crença é que com o desenvolvimento da inovação possa permitir que aqueles que necessitam de linguagem gestual comuniquem de forma mais eficaz.
O primeiro protótipo da inovação é feito na base de materiais de baixo custo de origem local, do primeiro teste verificou-se que é exato e eficaz.
Com este sucesso, o plano é a busca por patrocínio para a produção em massa do produto para melhorar a comunicação entre os deficientes auditivos ou de fala e o público.
Desde a sua apresentação, o jovem atraiu a atenção de muitos, incluindo pessoas com deficiências de fala e audição que dependem da linguagem gestual para comunicar.
Mercy Kathemba, uma empresária de 26 anos que vive na cidade comercial de Blantyre, no Malawi, está entre os que elogiam a nova inovação. Nasceu surda e acredita que o projecto irá solucionar a maioria dos problemas de comunicação.
Leia também:
- Queniano cria luvas que convertem linguagem de sinais em fala
- Africana usa Inteligência Artificial para combater malária
A jovem espera que as luvas tornem-se mais acessíveis e possa chegar a um público mais vasto pelo seu potencial de tornar a comunicação mais acessível.
O entusiasmo é também partilhado pelo Malawi Council for the Handicapped (MACOHA) também está entusiasmado com o potencial de melhoria da comunicação através da utilização de luvas de fala.
Malawi Council for the Handicapped (MACOHA) é uma organização governamental local que ajuda pessoas com deficiência a tornarem-se mais independentes e auto-suficientes, e a serem reconhecidas como iguais na sociedade.
Mnduwira espera que o governo possa apostar nessas inovações para garantir que Malawi seja um dos países em destaque no avanço tecnológico no continente africano.
“Não creio que o governo faça muito para ajudar os jovens a avançar com as suas inovações, mas há muitas inovações brilhantes que os jovens criaram e que serviriam muito bem o Malawi se fossem alargadas”,
afirmou, citado pelo site Yoneco FM.
Este não é o primeiro africano que se destaca pela criação de um modelo baseado em luva para a tradução da linguagem de sinais. Roy Allela, de 25 anos de idade, criou luvas inteligentes chamadas Sign-IO com igual objectivo de Madalitso: simplificar a comunicação com a comunidade surda.
No caso de Roy, a motivação para o desenvolvimento das luvas está conectado com a dificuldade na comunicação com sua sobrinha de 6 anos de idade.
Fonte Xinhua Net Yoneco FM