Já se perguntou se existe um moçambicano com trabalhos na Marvel? A resposta a esta questão é sim. Trata-se de Marco Rudy, ilustrador, escritor com mais de 16 anos de experiência.
Actualmente reside em Canadá e é um artista multifacetado e desde que se iniciou, em 2016, como profissional tem trabalhado com banda desenhada com a criação e adaptação de histórias em quadrinhos ou Banda Desenhada, onde actua até hoje.
Chegou na ilustração numa busca pela reimaginação das histórias que lia na infância e tentava recriar ou através delas trazer um novo capítulo a ler qualquer livro que encontrasse e sempre a reimaginar essa mesma história ou a criar histórias semelhantes, em papel, mais tarde. Chegava mesmo a contar essa mesma história aos seus amigos, ou melhor, ao Amigo, e à família.
“Criava ambientes e embelezava tudo o que fosse possível, tentando que as coisas mais banais se tornassem fantásticas”, lê-se na sua biografia no site oficial.
Marco Rudy
O seu trabalho foi apresentado na Image, Dark Horse, Boom, Marvel e DC Comics, mais proeminentes, nas duas últimas. Escreveu e pintou a sua graphic novel “RDW – A Tale of Lost Fantasy – VOL 01”, livro indicado ao prémio Pris Bedelys, na vigésima terceira edição do festival de BD de Montreal, em 2022.
Na sua profissão, já colaborou em ilustrações para bandas desenhadas da DC (Swamp Thing, Action comics, The Shield) e pela Marvel (Marvel Knights: Spider Man; Bucky Barnes: The Winter Soldier, Avengers, Uncanny X:Men), entre outros.
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Fazer parte da Marvel, nunca foi algo pensado, tanto que para o artista está “em uma indústria em que nunca sonhei poder trabalhar, com trabalho em todas as grandes empresas e histórias sobre os personagens mais famosos tanto da Marvel como da DC”, revela citado pelo portal Jamesons.
Numa era digital, ainda que apaixonado pelo tradicional (papel), tem optado em criar, através das suas redes sociais, a conexão do público com os seus trabalhos.
A sua ilustração é uma busca pela preservação das suas raízes e contacto com a mistura única de traços e cores. É movido pela paixão e oportunidade de brincar com a forma de contar histórias e “apimentá-la” um pouco.
Ao longo deste percurso, um dos grandes desafios foi lidar com depressão, ao ponto de, por pouco, resolver abandonar o mundo, o que significa uma conquista ter permanecido. E ter os seus trabalhos reconhecidos, significa ao artista que valeu a pena a ousadia e “sonhar mesmo além das minhas fantasias mais loucas”, conta.
“É bom que diante do desafio final, eu sobrevivi. Eu aguentei.”
Com o tempo desenvolveu uma forma particular de contar histórias visuais, em que uma página é muito mais do que uma sequência de painéis, em que a ação acontece. A disposição da página, a paleta de cores na disposição da página está a dialogar directamente com a acção nos painéis e a convidar o leitor a participar nela de alguma forma.