A jovem moçambicana Marta Uetela, é finalista ao prémio de inovação PET Heroes 2024 promovido pela adaPETation, através do seu trabalho com a BioMec, startup que tem recorrido a reciclagem do plástico no mar para a produção de próteses ortopédicas.
A adaPETation é uma organização dentro da indústria dos plásticos que procura, promover e potenciar as melhores soluções para as questões sistêmicas que envolvem os plásticos.
O prémio PET Heroes 2024 reconhece pessoas influentes que estão a fazer a diferença na indústria dos polímeros PET. O prémio apresenta startups, estudantes e organizações que estão a trabalhar para acabar com os resíduos de plástico.
Em Moçambique, a Biomec é uma das startups moçambicanas que tem lutado com a presença do plástico no mar, através das suas acções de reciclagem para a construção de próteses. Para além dos resíduos de plástico, também tem recorrido a redes de pesca descartadas, numa crítica à poluição ambiental e à necessidade de próteses a preços acessíveis.
“Estamos a fechar o ciclo dos resíduos de plástico, transformando-os em algo valioso: membros protéticos. Este duplo objectivo não só limpa os nossos oceanos, como também fornece uma solução para as pessoas necessitadas, especialmente em áreas afectadas por minas terrestres e conflitos”,
conta Marta Uetela à adaPETation.
Caso vença o prémio, a Marta Uetela terá acesso a um pacote que inclui formação empresarial, oportunidades de networking, conhecimentos regenerativos e a possibilidade de receber financiamento para desenvolver o seu protótipo, ideia de negócio ou empreendimento.
Outras notícias:
- Marta Uetela chega ao Youth Advisory Group do Banco Mundial
- Jovem desenvolve impressora 3D para criação de próteses
A competição é anual, está na sua segunda edição, e ao lado de Marta Uetela estão mais 11 finalistas ao prémio, sendo a votação pública e com um júri que conta com especialistas da indústria.
“O vencedor receberá financiamento não dilutivo e a oportunidade de trabalhar com outros membros da rede adaPETation para desenvolver o seu empreendimento”,
explica a organização.
Na sua actuação, a BioMec já produziu mais de 700 membros protéticos para indivíduos em países como Moçambique, África do Sul e Angola. Um trabalho que para Marta Uetela, “tem sido incrivelmente gratificante”, pois ” melhorou a vida das pessoas nestas comunidades”, disse para adaPETation.
Nesta jornada, o acesso à tecnologia de impressão 3D avançada, é um dos principais desafios, seguindo a investigação e os regulamentos para garantir que os materiais reciclados cumprem as normas de qualidade médica.
A criação da BioMec aconteceu quando um amigo da Marta Uetela sofreu um acidente de viação e teve dificuldade em ter acesso a próteses. Posto isto, estando numa campanha de recolha de plástico do mar, surgiu a ideia de que podiam utilizar este plástico para resolver este problema aliado a tecnologia de impressão 3D.
Futuramente, a Biomec quer ser mais que uma empresa, posicionando-se como um movimento que possa inspirar uma mudança mais ampla onde os resíduos possam ser vistos como um recurso, demonstrando que os plásticos reciclados podem ser transformados em soluções que mudam a vida.
Em 2022, a startup moçambicana foi reconhecida pela falecida rainha Elizabeth II através do Commonwealth, como o 193º Ponto de Luz da Commonwealth em destaque ao trabalho que tem desenvolvido em prol da inclusão, auto estima com o desenvolvimento de próteses de forma sustentável a partir de plásticos reciclados.
Fonte adaPETation