A Microsoft anunciou recentemente que está a colaborar com a fornecedora de patologia digital Paige para construir o maior modelo de inteligência artificial baseado em imagens para identificar o cancro/câncer.
A colaboração tem como objectivo transformar o diagnóstico do cancro e os cuidados prestados aos doentes mais eficientes.
O modelo de IA está a ser treinado com uma quantidade de dados, que incluem bilhões de imagens, a inteligência artificial poderá identificar tanto os cancros comuns quanto os raros, que são notoriamente difíceis de diagnosticar. Com a nova aposta, os investigadores esperam que a Inteligência Artificial (IA) ajude os médicos que enfrentam escassez de pessoal e crescente carga de trabalho.
Como forma de explicar melhor sobre a nova aposta desta duas empresas, foi publicado um artigo sobre o modelo através do servidor de pré-impressão da Universidade Cornell, arXiv. O artigo quantifica o impacto do novo modelo em comparação com modelos existentes.
A Paige surgiu do Memorial Sloan Kettering Cancer Center em Nova Iorque em 2017 e tem uma “fantástica riqueza de dados”, o que permitiu à empresa construir as suas próprias soluções baseadas em IA.
No entanto, para expandir as suas operações e construir uma ferramenta de Inteligência Artificial que possa identificar vários tipos de cancro, a Paige recorreu à Microsoft para obter ajuda. Nos últimos anos, a marca Paige tem utilizado o armazenamento em nuvem e infraestrutura de supercomputação da Microsoft para construir um novo modelo de IA avançado.
O modelo de IA original da Paige usou mais de um bilhão de imagens de 500 mil lâminas de patologia. O modelo construído com a Microsoft é “ordens de grandeza maior do que qualquer coisa que exista por aí”, explicam os desenvolvedores.
O modelo está a ser treinado com 4 milhões de lâminas para identificar cancros comuns e raros, que podem ser difíceis de diagnosticar. Para Paige é este o maior modelo de visão por computador já anunciado publicamente.
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A Paige desenvolve soluções digitais e baseadas em IA para patologistas, que são médicos que realizam exames laboratoriais em fluidos corporais para fazer um diagnóstico. É uma especialidade que frequentemente opera nos bastidores, mas é crucial para determinar o caminho a seguir para um paciente.
“Você não tem cancro até que o patologista diga que tem. Esse é o passo crítico em toda a estrutura médica”,
Disse Thomas Fuchs, co-fundador e cientista-chefe da Paige, em entrevista à CNBC.
No entanto, apesar do papel essencial dos patologistas na medicina, Fuchs afirmou que o seu fluxo de trabalho não mudou muito nos últimos 150 anos. Para diagnosticar o cancro, por exemplo, os patologistas geralmente examinam um pedaço de tecido numa lâmina de vidro sob um microscópio. O método é testado e comprovado, mas se os patologistas perderem algo, pode ter consequências graves para os pacientes.
Como resultado, a Paige tem trabalhado para digitalizar o fluxo de trabalho dos patologistas, a fim de melhorar a precisão e eficiência na especialidade.
Até aqui a Paige é a única empresa com a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para que os patologistas usem a sua IA como uma ferramenta secundária para identificar o cancro da próstata, e o CEO Andy Moye disse que isso se deve, em parte, a barreiras relacionadas com custos de armazenamento e colecta de dados.
Desney Tan, vice-presidente e diretor-geral de Saúde Futura da Microsoft, afirmou que a infraestrutura da Microsoft é um componente chave da parceria, mas que a empresa também está a trabalhar no desenvolvimento dos novos algoritmos, deteção e diagnóstico que a Paige espera oferecer nos próximos anos.
Fonte Epoca Negócios