Moçambique lançou um projecto inovador de gestão de desastres com recurso a drones, no valor de um milhão de dólares (cerca de 63,2 milhões de meticais), com o objectivo de melhorar a resposta a fenómenos naturais como ciclones, cheias e inundações.
A iniciativa foi apresentada no dia 3 de Abril pelo Ministério das Comunicações e Transformação Digital, em parceria com a Embaixada da República da Coreia, Banco Africano de Desenvolvimento, BUSAN Technopark e Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
Produzidos na Coreia do Sul, os drones permitirão recolher imagens e dados em tempo real, facilitando decisões mais rápidas por parte das autoridades, como o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD). Têm capacidade de sobrevoar até 150 metros de altura e cobrir uma área de dois a três quilómetros.
O projecto inclui a aquisição de quatro modelos distintos, incluindo um drone de comando e treino para actividades de mapeamento, monitorização e investigação. A implementação arranca em Maio, após a chegada dos equipamentos ao país.
Antecipar-se, criar soluções práticas e sustentáveis
Para o Ministro das Comunicações e Transformação Digital, Américo Muchanga, com a utilização de drones o país dá mais um passo no compromisso do Governo em adoptar tecnologias em benefício da população, pois esta tecnologia permitirá obter de forma imediata informações sobre o estado das estradas e a destruição de infra-estruturas.
“O uso de drones como ferramentas de monitoria em tempo real, para mapeamento das áreas afectadas e para o envio de informações instantâneas aos centros de coordenação e resposta a desastres, é uma solução inovadora que promete transformar a forma como lidamos com esses desastres”,
afirmou Américo Muchanga.
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Conhecer o risco e precaver-se
Dado que não é possível mudar a localização geográfica do país, Adérito Aramuge, Director-Geral do Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), vê na iniciativa uma oportunidade para Moçambique aprender a conviver com estes eventos, e, aliado à tecnologia, reforçar a sua resiliência.
“O país deve adoptar sistemas de aviso prévio, porque não podemos mudar Moçambique da zona geográfica onde se encontra, mas podemos, sim, aprender a conviver com esses eventos extremos sem que eles provoquem estragos nas nossas vidas, sendo resilientes, para podermos salvar vidas e bens”,
afirmou o Director-Geral durante o lançamento do projecto.
Enquanto se aguarda a chegada dos drones ao país, gestores de desastres, de diversas instituições, já beneficiaram de uma formação inicial, que lhes permitirá adquirir uma base no manuseamento do equipamento.
No âmbito da sua implementação, o Projecto de Gestão de Desastres Baseado em Drones inclui igualmente a capacitação de profissionais para a operação de drones noutras áreas, como a agricultura, o controlo florestal e outras áreas de conservação.
Fonte AIM
