Em uma análise dos dados da cable.co.uk e Hellosafe, plataformas que comparam serviços de internet, a partir do estudo dos preços dos dados móveis em 233 países ao redor do mundo, conclui-se que, dentre os países de língua oficial portuguesa no continente, Moçambique é o país com a internet mais acessível, apresentando um custo médio de 1,33 euros (aproximadamente 100 Meticais) por gigabyte (Gb).
O estudo é em referência ao ano de 2022, e revela que, a nível africano, o valor pago pelo pacote de 1GB de dados móveis está exponencialmente abaixo da média dos outros países africanos, como Angola (2,33 euros), São Tomé e Príncipe (29,49 dólares).
Entre os países de língua oficial portuguesa analisados no estudo, acima de Moçambique, em termos de custo elevado de dados, fora São Tomé e Príncipe, está Portugal, cujo valor médio ronda em 3,67 dólares e posiciona-se como o 2º país da lusofonia que apresenta preços de dados móveis mais elevados. Ao nível da União Portugal é o 4º país que mais paga por dados móveis.
A organização explica que os preços dos dados móveis podem variar consideravelmente de um país para outro, observando que esta diferença deve-se a múltiplos factores, entre os quais constam a concorrência no mercado das telecomunicações, a regulamentação, o nível de desenvolvimento econômico e as infra-estruturas existentes em cada país.
Conforme o estudo, o primeiro lugar do ranking mundial pertence à Santa Helena, com custo médio de 41,06 dólares por 1GB, seguida das Malvinas, com 38,45 dólares. Por sua vez, Israel posiciona-se como país com o valor dos dados móveis mais baixo, cujo preço é de 4 cêntimos de dólares, seguido pela Itália, com 12 cêntimos, e San Marino, com 14 cêntimos.
No que respeita aos continentes, a plataforma portuguesa Hello Safe, baseando-se no mesmo estudo, referiu que a África apresenta-se com o custo mais alto para dados móveis, com uma média de 4 dólares por gigabyte. Por outro lado, a Ásia e a Europa situam-se entre as mais acessíveis, com o custo médio a rondar os 2 dólares por GB.
No caso de Moçambique, segundo dados da Instituição Nacional de Telecomunicações, apenas 50% da população tem acesso aos serviços de telecomunicações, e a internet beneficia apenas 23% da população.
E dos estudos já realizados, uma das problemáticas tem que ver com a existência de localidades e bairros, onde a rede de internet e móvel não está acessível. Exemplos concretos apontam para fraca capacidade das empresas de telefonia móvel em montar sistemas que possam fortalecer a comunicação via internet, nestas zonas, apenas é possível aceder às famosas redes sociais em zonas altas ou mesmo contentar-se com o offline.
Fonte Hello Safe