Moçambique é palco, desde o dia 6 de Novembro, da 3ª Edição do evento de Simulação de Incidentes de Segurança Cibernética em África, também conhecida como África CyberDrill 2023.
CyberDrill é um evento da União Internacional de Telecomunicações (UIT) que ocorre uma vez por ano. O seu objectivo é simular ciberataques, problemas de segurança da informação ou outras formas de perturbação.
O processo é feito para testar as capacidades cibernéticas de uma organização. Este teste inicia pela verificação se o incidente pode ser detectado e termina no momento de responder adequadamente para minimizar o impacto relacionado.
Através deste evento a UIT busca melhorar as capacidades de ciberdefesa, proteção e gestão de crises de uma nação através da realização de Cyber Drills a nível regional e mundial.
Durante um CyberDrill, os indivíduos podem confirmar que as suas políticas, planos, procedimentos, processos e capacidades permitem a prontidão, a prevenção, a reação, o restabelecimento e a continuidade das operações.
A cerimônia de abertura foi feita pela Nilza Miquidade, Secretária Permanente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que expressou a importância de fortalecer a segurança cibernética no continente, particularmente na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Para Nilza Miquidade, há uma necessidade de colaboração entre os países africanos para proteger suas infra-estruturas críticas e dados sensíveis em um mundo cada vez mais digitalizado.
O Africa CyberDrill 2023 foi precedido pela realização, no dia 6 de Novembro corrente, da Primeira Reunião Nacional dos CSIRTs, sigla em inglês, Computer Security Incident Response Teams, que significa Equipas de Resposta a Incidentes de Segurança Cibernética, que contou com a participação de representantes de todas as províncias do país.
Quem também marcou presença foi o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional das Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), Lourino Chemane, que na sua intervenção destacou a importância dos CSIRTs sectoriais como uma parte essencial da infra-estrutura de segurança cibernética do país.
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“À medida que as ameaças cibernéticas continuam a evoluir e se tornam cada vez mais sofisticadas, a colaboração entre diferentes sectores e organizações é crucial para garantir a segurança digital. Os CSIRTs sectoriais desempenham um papel fundamental na detecção, resposta e mitigação de incidentes de segurança cibernética em seus sectores específicos”,
disse.
O evento, que reuniu aproximadamente 100 participantes de quase todos os países africanos, está programado para ocorrer até esta sexta-feira. Durante esse período, estão previstos diversos exercícios práticos, com destaque para a simulação de ataques e a respectiva resposta.
O evento é realizado pelo Governo moçambicano, em parceria com o Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), AfricaCERT, o Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC IP) e o Instituto de Engenharia de Software (SEI) da Universidade Carnegie Mellon dos Estados Unidos.
Segundo a empresa portuguesa de tecnologia, Bravantic, Moçambique continua um dos países muito vulnerável a ataques informáticos ou cibernéticos. O país sofre mensalmente cerca de 1,5 milhões de ataques cibernéticos, dados que revelam altos níveis de vulnerabilidade.
Só nos primeiros seis meses deste ano, o Ministério Público (MP) moçambicano registou 367 casos de cibercrime com base em dados oficiais. Embora tenha havido uma redução de 6,6% nos números em relação ao mesmo período do ano passado, a situação continua alarmante.
Fonte INTIC