A MozDevz, maior comunidade de desenvolvedores de Moçambique, marcou presença, recentemente, do GeeKulcha, onde destacou-se como um dos 10 melhores grupos de África.
Geekulcha é um hackathon anual focado no continente africano que desafia desenvolvedores, profissionais digitais, entusiastas de dados, formuladores de políticas económicas e outros a criar soluções que ajudem África a definir e viver de acordo com a próxima Narrativa Digital Africana.
Criada em 2014, procura facilitar a vida através da tecnologia, o hackathon reuniu programadores de diferentes partes de África para mostrar e colocar as suas competências em prática.
Neste ano, o evento aconteceu em Pretória onde buscou defender a relevância social, o serviço público, soluções empresariais e soluções inclusivas para as necessidades das massas.
O hackathon contou com mais de 270 participantes e 47 equipes, tendo o grupo da MozDevz posicionando-se entre as 10 melhores.
Para representar Moçambique, a comunidade levou consigo a Wonder Tech, equipa vencedora da primeira edição do Wansati Hackathon, uma iniciativa desenvolvida pela MozDevz e parceiros com o objectivo de apresentar, através da tecnologia, soluções que possam ajudar no empoderamento da mulher na sociedade moçambicana.
Wonder Tech destacou-se por apresentar uma solução que permite ao público denunciar casos de violência através de um clique num botão do telemóvel botão de volume e de ligar o telemóvel, igual ao processo de captura de ecrã em alguns smartphones.
Antes do evento, a equipa dedicou-se à preparação, estudando tecnologias relevantes, desenvolvendo nossas habilidades de codificação e identificando possíveis problemas que poderíamos enfrentar. Trabalhou-se de forma unida e colaborativa. Cada membro membro levou consigo, segundo conta um dos membros, habilidades únicas, a sinergia na equipe foi fundamental para o nosso sucesso.
“Foi uma experiência única”
Yúmina Tembe é uma das integrantes do Wansati Hackathon. No que conta à Kabum Digital, participar deste hackathon continental foi incrível e proporcionou uma experiência única pela oportunidade de interagir com mentores experientes e outros desenvolvedores talentosos. “Essas conexões foram valiosas para o nosso crescimento profissional”.
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Para Yúmina, um dos grandes desafios foi apresentar o projecto a um painel de jurados e no final ser classificado entre as 10 melhores equipes.
“Foi um grande orgulho para a Wonder Tech e para Moçambique. Mostrou que nossos esforços valeram a pena e que temos o potencial de competir em um nível internacional”, Yumina Tembe.
“Foi desafiador. Estávamos na zona do conforto”
Já Malagy Cassimo, também membro do grupo, destaca que este Hackathon foi desafiador, uma vez que tirou a equipa da zona de conforto. Um novo país, outra língua, novos costumes e novas pessoas significou uma readaptação e com a ajuda dos mentores superar estas dificuldades.
“Através do Hackathon, percebemos que o problema que queremos resolver é universal, tanto cá como lá. Mas vimos que a forma de resolver o problema pode variar de acordo com os costumes de um determinado país”, revela, apontando com um dos grandes ensinamentos.
Já a comunidade, realça que foi mais do que desenvolver tecnologia. “Foi sobre criar impacto real em Moçambique e em África no geral. Crescimento e oportunidades foram parte das valiosas experiências que trazemos para casa”, escreve nas redes sociais.
O feito acontece num ano em que a comunidade celebra 10 anos de uma jornada de paixão, inovação e colaboração no mundo do desenvolvimento de software.
“Continuamos comprometidos em impactar milhares de desenvolvedores e impulsionar carreiras em Moçambique e além”.
Tem na sua liderança actual Igor Sambo, Software Engineer. Anteriormente estiveram nomes sonantes da tecnologia moçambicana como Fei Manheche, Guidione Machava, Nélio Macombo, Abneusa Manuel.
A comunidade tem como propósito garantir o uso de talentos em tecnologia para contribuir para o desenvolvimento social da comunidade na qual estamos inseridos.
É guiado pela crença do poder das tecnologias de informação e comunicação (TIC) para mudar vidas. “Vemos as TICs como infra-estrutura essencial para auxiliar a prestação de serviços e para a redução de problemas sociais”, lê-se no site oficial.