O governo nigeriano anunciou que está nos seus planos enviar o seu primeiro cidadão para “pisar” o espaço, num passo que poderá ser registada como a primeira ida de um país africano.
A informação foi revelada pelo Diretor-Geral da Agência Nacional de Investigação e Desenvolvimento Espacial da Nigéria, Mathew Adepoju, em Abuja, capital nigeriana, onde afirmou que se trata de uma parceria entre a sua agência e a Agência de Exploração e Investigação Espacial (SERA).
“Esta colaboração, que está a chegar ao país, assinala um marco significativo no 25º aniversário da viagem de exploração espacial da Nigéria e abre novas oportunidades para a investigação científica e o avanço tecnológico”,
fez saber.
A parceria irá acelerar os avanços tecnológicos do país e inspirar uma nova geração de cientistas e engenheiros, segundo informou o Ministro da Inovação, Ciência e Tecnologia da Nigéria, Uche Nnaji.
Para o ministro, o programa espacial é muito importante, e considera o espaço como um activo que a Nigéria deve estar envolvida para proteger os interesses nacionais.
Já o porta-voz da NASRDA, vê o envio de um nigeriano ao espaço seria uma conquista histórica para a Nigéria e para África, que posteriormente encorajaria o resto do continente a envolver-se e seguir pelo mesmo caminho.
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Os nigerianos têm-se dedicado ativamente à exploração espacial desde 1999, ano em que criaram a sua agência espacial NASRDA, e lançaram cinco satélites desde 2003, três dos quais ainda se encontram em funcionamento, desde a análise de dados climáticos para melhorar as práticas agrícolas até à combate à crimes, como é o recuperação de reféns do Boko Haram.
NigeriaSat-X é o nome do último lançado por aquele país, sendo que a sua concepção foi feita por engenheiros da NASRDA, estando a ser desenvolvidos modelos mais avançados.
Até aqui, não se tem uma data para a iniciativa espacial, embora em 2016 o antigo Ministro da Ciência e Tecnologia, Ogbonnaya Onu, tenha anunciado que o país iria enviar um astronauta para o espaço até 2030.
Estará a Nigéria a sonhar alto?
Os especialistas afirmam que o lançamento de um astronauta em órbita representa um desafio maior do que as missões anteriores da Nigéria, mas as principais figuras da indústria espacial estão optimistas.
Para o analista e professor Calestous Juma, especialista em programas espaciais em países em desenvolvimento, a missão representa uma “grande ambição” que “pode ou não acontecer como planeado”, contudo, acredita que a visão é mais importante do que o resultado.
O programa espacial nigeriano tem ambições para além das suas fronteiras e espera-se que isto sirva de inspiração para colocação de todo o continente em órbita.
A Nigéria já partilha recursos dos seus meios espaciais, como o fornecimento de imagens de satélite ao Mali, e tem apoiado a ideia de uma Agência Espacial Africana.
Fonte Premium Times