ONU recomenda limitação de telemóveis nas escolas

ONU

A Organização das Nações Unidas (ONU) através da sua entidade para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) recomenda a limitação do uso de telemóveis nas escolas a nível mundial.

Com a medida, o objectivo é combater o Cyberbullying que tem crescido nos últimos tempos com mais acessibilidade aos dispositivos móveis. Cyberbullying ou assédio virtual em português, assume-se práticas de agressão moral organizadas por grupos, contra uma determinada pessoa e alimentadas via internet.

As conclusões são retiradas do relatório anual da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sobre a tecnologia na educação, que, entre vários pontos, aborda a utilização destes dispositivos em contexto escolar.

O estudo reúne dados de 32 países e mostra que, em média, pelo menos 20% dos estudantes do oitavo ano (oitava classe em Moçambique) foram vítimas de bullying digital.

O relatório, que tem como título “Relatório de Monitorização Global da Educação 2023: a Tecnologia na Educação: uma Ferramenta ao Serviço de  Quem?”, a agência das Nações Unidas enfatiza a necessidade de uma “visão centrada no ser humano”.

A organização reconhece que os telemóveis, computadores e outros dispositivos têm um papel importante na aceleração do processo de ensino e aprendizagem, porém, a instituição alerta que para a necessidade de se analisar muito bem estas potenciais vantagens contra os seus muitos conhecidos riscos.

O documento recomenda uma “visão centrada no ser humano” no uso das tecnologias na educação e realça lacunas no acesso às mesmas.

O órgão da ONU recomenda que os países estabeleçam as suas próprias diretrizes para o uso da tecnologia, para garantir que complemente o ensino presencial, que continua a ser crucial para a aprendizagem.

A UNESCO recomenda que a utilização de smartphones nas escolas deve ser exclusivamente limitada às actividades curriculares, mas, nos casos em que se perceba que esta integração não beneficie a aprendizagem ou perturbe o funcionamento das aulas, deve mesmo ser proibida.

Em Moçambique

No caso de Moçambique, em Janeiro, na província de Sofala,  a plataforma da Sociedade Civil, PLASOC e a Organização Nacional dos Professores, ONP, resolveram a inibição do uso de telemóveis nas escolas moçambicanas , considerando que os mesmos interferem negativamente no processo de ensino e aprendizagem.

No caso local, o motivo está conectado com o facto dos alunos e professores ficarem atentos ao mundo externo mesmo estando na sala de aulas.

A proposta foi apresentada durante um seminário de capacitação de representantes das Zonas de Influência Pedagógica, ZIP, com o objetivo de refletir sobre o papel dessas zonas na formação contínua dos professores, visando a melhoria da qualidade do ambiente de ensino e aprendizagem.

Segundo Paulo Domingos, coordenador da área de educação na PLASOC, pesquisas têm mostrado que alunos e professores apresentam um fraco aproveitamento pedagógico e desempenho em algumas escolas primárias da cidade de Chimoio, devido à influência negativa dos telefones celulares. 

Segundo enfatiza, embora os professores possam ter sido bem formados inicialmente, acabam apresentando desempenho insatisfatório devido ao impacto negativo dos dispositivos móveis e também pela perda de habilidades ao longo do tempo.

Por sua vez, Assubgy Faquirbay Ismael, representante da ONP em Manica, destacou que um dos principais desafios enfrentados pelo setor decorre do uso abusivo dos telefones celulares nas salas de aula, o que prejudica o desempenho dos professores. Ismael enfatizou a importância de a Organização trabalhar para que os professores se desconectem desses aparelhos e concentrem-se em seu trabalho educacional.

Fonte Público Stuff

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