Para a massificação do transporte de pessoas e bens, nos próximos cinco anos, Moçambique poderá estar ligado do Sul-Norte e vice-versa através de comboios eléctricos.
O projecto está a ser desenvolvido pelo Governo e trata-se de uma ampliação do projecto que a fase piloto será na linha Ressano Garcia para a ligação de Moçambique à África do Sul.
Um comboio elétrico é um transporte ferroviário que consiste num ou vários veículos (vagões ou carruagens), ligados entre si e capazes de se movimentarem sobre trilhos ou carris. Os comboios elétricos utilizam a eletricidade que passa dos fios de cima para o comboio.
A aposta tornou-se pública através do ministro dos Transportes e Comunicações, no âmbito de uma reflexão que teve lugar em Maputo sobre a adopção de energias limpas para o transporte em Moçambique, junto da embaixadora do Reino dos Países Baixos e membros de instituições do Estado.
Para Mateus Magala, é esta uma ambição genuína é que, somente necessita dos recursos e foco necessário, que ligar Moçambique de Rovuma a Maputo através de uma linha férrea torna-se realidade. “Fazendo isso, não há melhor coisa que usar a energia eléctrica, porque é a energia que nós temos aqui. Já produzimos e até exportamos, e é verde. Temos todas as condições necessárias”, diz, citado pelo Jornal O País.
A escolha da linha de Ressano Garcia para a fase piloto resulta porque na África do Sul, o transporte é eléctrico e, ligando este seguimento, ficará fácil sair de Maputo para África do Sul.
“É possível, somos capazes e podemos fazer em toda a parte. Esse troço são cerca de 88 quilómetros, e o custo deve ser menos que 100 milhões de dólares”,
disse.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Autoridade Reguladora de Energia, Paulo Da Graça, Moçambique conta com várias fontes de geração de energia limpa, e a aposta do Executivo é o uso dessa energia para a massificação do transporte de massas e de uso particular. Com isso, a meta é avançar com as infra-estruturas, na mesma sintonia com o aprimoramento das leis para esta nova realidade.
“Terminamos o primeiro draft do regulamento que vai permitir a introdução da mobilidade eléctrica em Moçambique. Esta questão da infra-estrutura, dos pontos de carregamento ao longo do país, a utilização de energia verde para permitir que tenhamos pontos de carregamento nesta proposta consta. Já tivemos alguma consulta com alguns operadores que têm este tipo de iniciativa e prometemos que, nos próximos dias, vamos enviar o documento para mais contribuições.”
Até então, decorrem os trabalhos para a resolução de aspectos legais do projecto e a busca de financiamento para que o sistema de transporte ferroviário eléctrico possa fazer a ligação de Rovuma a Maputo.
Com este passo, fica garantido um passo do país na substituição do uso de combustíveis fósseis para uma fonte de energia inesgotável com impacto ambiental reduzido, pois não geram resíduos, como o dióxido de carbono.
No uso destas energias, está previsto que Moçambique possa fazer parte da lista de países fabricantes e montadoras de carros elétricos ainda neste ano. Do momento busca-se pelo investimento japonês para a implantação de uma unidade de produção de baterias para carros elétricos.
Fonte O País