Pesquisadores testam robô para cultos

Robô

Para explorar a possibilidade de robôs realizarem cultos, especialistas da Universidade de Chicago Booth School of Business (EUA) conceberam robôs para desempenhar o papel de padres, buscando compreender como os crentes estabelecem conexões com essas entidades artificiais.

Embora as máquinas sejam capazes de executar uma variedade de tarefas, ainda enfrentam uma lacuna crítica, a credibilidade”, como enfatizado por Joshua Conrad Jackson, um dos docentes envolvidos no estudo. 

“As máquinas podem realizar diversas actividades, mas ainda carecem de uma qualidade: credibilidade”, explica Joshua Conrad Jackson. De acordo com o site Scientific American, em um dos testes, os cientistas colocaram um robô chamado Mindar, feito de alumínio e silicone, em um templo na cidade de Kyoto (Japão). O sacerdote-robô foi projectado para se assemelhar à Kuan Yin, deusa budista da misericórdia.

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Nos últimos dois anos, o projecto tem trabalhado em locais de culto, como o Templo Kodai-ji, para ver se esta falta de credibilidade prejudicaria as organizações religiosas que utilizam sacerdotes-robô. 

Mindar e outros robôs contam com ecrãs imersivos, filmes e efeitos sonoros, enquanto as suas mãos estão unidas em oração, roda nas suas palestras para olhar o público. Muitas pessoas vêm assistir às cerimónias. Não acreditam que os padres-robôs consigam realmente motivar as pessoas a sentirem-se leais à sua religião e às suas instituições, mesmo com estes efeitos extraordinários.

Os resultados do estudo foram publicados em um artigo recente. “Descobrimos que as pessoas classificaram Mindar como menos confiável do que os monges humanos que trabalham em Kodai-ji. Também descobrimos que as pessoas que viram o robô tinham 12% menos probabilidade de doar dinheiro ao templo (68%) do que aquelas que visitaram o templo, mas não assistiram a Mindar (80%)”.

Para os pesquisadores, as descobertas prenunciam os limites da automação. “Concentrar-se apenas na avaliação da capacidade das máquinas pode nos cegar para espaços onde os robôs estão tendo baixo desempenho porque não são confiáveis”, concluiu o relatório.

Os pesquisadores chegaram a conclusão que a conexão entre um líder religioso e seus seguidores transcende a mera transmissão de informações ou entretenimento visual. A presença de um líder espiritual humano evoca uma conexão emocional, empatia, compartilhamento de experiências e um senso de autenticidade que talvez seja difícil de replicar em uma figura robótica.

Robôs vão dominar o mundo? 

O ano 2023 tem sido um dos anos que os desenvolvimentos na área robótica tem tido destaque, com especial atenção para Inteligência Artificial que tem evoluído à velocidade da luz. 

Dentre os pontos marcantes, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, este ano, em Genebra a AI for Good Global Summit, um encontro com mais de 40 robôs para uma compreensão das suas habilidades. Para além dos robôs, contou com a presença de  3.000 especialistas para um alinhamento sobre o poder da Inteligência Artificial e como aproveitá-lo para resolver alguns dos problemas mundiais, como mudanças climáticas, fome e assistência social.

A reunião resultou com uma certeza do lado dos robôs: pela falta de emoções, assumem-se como perfeitos para dirigir o mundo da melhor forma que os humanos. 

Recentemente, o primeiro modelo robótico destinado a administração de empresas, ou seja, Robo-CEO, assumiu que pode dirigir melhor as plataformas de comunicação Facebook e Twitter em análise daquele que tem sido o trabalho dos seus directores executivos, neste caso Mark Zuckerberg e Elon Musk respectivamente. 

Em meio a essas evoluções e posicionamentos por partes das máquinas, uma questão fica: será que os robôs vão dominar o mundo ou o humano continuará na linha da frente? 

Fonte Epoca Negócios

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