Quénia discute a suspensão do TikTok

TikTok

Quénia estuda a possibilidade de suspender o TikTok naquele país em decorrência de uma petição submetida ao parlamento local que assume a plataforma como uma ameaça aos hábitos e costumes locais. 

A petição foi apresentada por Bob Ndolo, o Diretor Executivo da Bridget Connect Consultancy, à Assembleia Nacional, instando os legisladores a considerar medidas contra a potencial perda dos valores sociais da plataforma.

Para Bob Ndolo, em pedido aos deputados, os mesmos devem considerar a proibição do TikTok, pois fora a ameaça aos princípios culturais e religiosos, a plataforma pode estar a partilhar informações dos utilizadores com outras empresas sem obter o consentimento dos utilizadores.

Na sua intervenção, o peticionário sublinhou o controlo inadequado do TikTok no Quénia, atribuindo-o ao aumento de conteúdos questionáveis e inadequados que saturam a plataforma.

Segundo Moses Wetangula, Presidente do Parlamento do Quênia, em comunicado “A petição sublinha que, embora o TikTok tenha ganho uma popularidade significativa entre a população jovem do Quénia, o carácter dos conteúdos que circulam na plataforma é inadequado. Esta tendência, que envolve a propagação de violência, material sexual explícito, discurso de ódio, vulgaridade e comportamento ofensivo, representa uma ameaça notável para os valores culturais e religiosos do Quénia”, lê-se em citação no site African News.

Através do pedido, sublinha-se ainda que a proibição funcionaria como uma medida de proteção, protegendo os quenianos das consequências indesejáveis do TikTok, que incluem a dependência que poderia potencialmente perturbar a educação e o bem-estar mental dos estudantes. O deputado também manifestou apreensão quanto à possível recolha ou divulgação ilegal de informações pessoais de cidadãos quenianos através da aplicação.

O pedido resultou em divergências de opiniões durante o debate parlamentar. Enquanto alguns legisladores e cidadãos apoiaram a proibição sugerida, outros expressaram reservas, mencionando possíveis obstáculos ao progresso tecnológico do Quénia e aos meios de subsistência de muitos jovens criadores de conteúdos no TikTok.

Kimani Ichung’wah, deputado e líder da maioria do parlamento queniano, defendeu uma abordagem alternativa onde no lugar de proibição absoluta, seria possível uma supervisão mais rigorosa dos conteúdos que são consumidos pelos quenianos na plataforma.

O apelo a uma proibição do TikTok resultou a nível interno em conversas que  reflectiam o delicado equilíbrio entre a salvaguarda da cultura, o avanço tecnológico e o impacto da esfera digital na sociedade. 

Espera-se com este caso, que a comissão apresente as suas conclusões dentro de um prazo de 60 dias, o que poderá determinar se o assunto será objeto de debate parlamentar ou se será arquivado.

Com o possível cancelamento do TikTok, ao nível do continente africano, Quénia juntou-se a Senegal onde a plataforma foi suspensa, no início do mês de Agosto. Dentro dos motivos listados pelas autoridades locais, a rede social é preferida por mal-intencionados para espalhar mensagens odiosas e subversivas.

“O Tik Tok é a rede social preferida por pessoas de má fé para difundir mensagens odiosas e subversivas que ameaçam a estabilidade do país. Por conseguinte, o Tik Tok está suspenso até nova ordem no Senegal”,

Declarou o Ministério da Comunicação, das Telecomunicações e da Economia Digital num comunicado.

No caso do Senegal, a suspensão foi anunciada como temporária da rede social TikTok, e aconteceu no mesmo momento que registou-se no país a suspensão da Internet móvel para evitar a circulação de mensagens subversivas susceptíveis de perturbar a ordem pública.

Trata-se de medidas encontradas em meio de tensões políticas, na sequência da detenção do líder da oposição e candidato presidencial Ousmane Sonko.


Fonte African News AA 

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