A República Democrática do Congo (RDC), país africano, apresentou queixas em França e na Bélgica contra subsidiárias da gigante tecnológica Apple, pelo suposto uso de minerais provenientes de suas zonas de conflito.
As denúncias alegam que a Apple utiliza minerais roubados na RDC, que são branqueados através de cadeias de abastecimento internacionais.
O legado de Steve Jobs na tecnologia também é acusado de encobrir crimes de guerra, lavagem de dinheiro, manuseamento de bens roubados e de enganar os consumidores sobre a origem ética dos seus produtos
Os advogados da República Democrática do Congo afirmaram que a cadeia de fornecimento da Apple está contaminada com “minerais de sangue”.
Alegam que o estanho, o tântalo e o tungsténio são extraídos de áreas de conflito e posteriormente “lavados por meio de cadeias de abastecimento internacionais”.
“Essas actividades alimentaram um ciclo de violência e conflito, ao financiarem milícias e grupos terroristas, além de contribuírem para o trabalho infantil forçado e para a devastação ambiental.”
O que a Apple tem a ver com minerais?
O leste da República Democrática do Congo é uma importante fonte de metais cruciais, utilizados em computadores e telemóveis e, infelizmente, tornaram a região vulnerável à exploração mineira em pequena escala não regulamentada, muitas vezes com consequências devastadoras para as comunidades locais.
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De acordo com grupos de defesa dos direitos humanos, há muito tempo que grandes quantidades de minerais, tanto de minas legítimas como de instalações controladas por grupos armados, são transportadas para o Ruanda e acabam em produtos como os smartphones, um dos principais produtos da Apple.
As minas são também acusadas de manterem seu funcionamento graças ao trabalho infantil e comprar destas empresas significa alimentar o ciclo de 40.000 crianças que trabalham nas minas e propiciar mais crianças para condições semelhantes.
O que diz a Apple?
A Apple declarou que “contesta veementemente” as alegações e que está “profundamente comprometida com o fornecimento responsável” de minerais, exigindo dos seus “fornecedores os mais altos padrões da indústria”.
Por ora, as autoridades em França e na Bélgica analisam se existem evidências suficientes para levar o processo judicial adiante.
Anteriormente a este processo, a empresa de direitos humanos International Advocates processou Apple, Google e Dell por alegadamente lucrarem com o trabalho infantil nas suas cadeias de fornecimento.
Fonte BBC TechCabal
