A desinformação tem sido um dos males que vêm assombrando as plataformas de comunicação ou de interactividade, tanto a nível regional como global.
No caso de Moçambique, por exemplo, após as últimas eleições gerais, com a instabilidade que marca o país, a desinformação tem vindo a tomar conta das redes sociais na mesma sintonia em que a verdade é partilhada.
Entre as armas que têm sido utilizadas está a Inteligência Artificial Generativa, pelas suas capacidades de produzir deepfakes em segundos e pela sua propensão para criar factos que se confundem com a verdade.
E a pergunta é: como combater a desinformação e a proliferação de notícias falsas num mundo em que tudo pode ser criado pela IA num simples estalar de dedos?
Em resposta, a startup norueguesa Factiverse, fundada pela jornalista de tecnologia Maria Amelie, desenvolveu uma ferramenta business-to-business que permite a verificação de factos em tempo real, quer em texto, quer em vídeo ou áudio.
O objectivo? Ajudar as empresas a poupar horas de investigação e a mitigar quaisquer riscos de reputação ou de responsabilidade legal no uso de ferramentas digitais.
A solução é capaz de identificar reivindicações e pesquisar na Web em tempo real, incluindo motores de busca como o Google e o Bing, motores de busca de IA como o You.com, e ainda artigos académicos.
Para concretizar esta solução, a startup já começou a trabalhar com parceiros dos sectores dos media e financeiro, incluindo um dos maiores bancos da Noruega.
Amelie afirma que o modelo da Factiverse é treinado com base em dados de alta qualidade, bem seleccionados e credíveis, provenientes de fontes fiáveis e de verificadores de factos de todo o mundo, e não com os dados utilizados para treinar a IA generativa.
“Não somos um LLM (modelo de linguagem de grande escala). Criámos um tipo diferente de modelo baseado na recuperação de informações”, afirmou Amelie (CEO) ao site TechCrunch.
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Neste sentido, o modelo foi treinado para pensar intuitivamente, como alguém com vasta experiência na pesquisa de informação.
Em testes, a Factiverse conseguiu realizar verificações de factos em directo durante os debates presidenciais dos EUA, sendo essa funcionalidade utilizada por vários parceiros dos meios de comunicação social, de acordo com a CEO.
Segundo a fundadora, o modelo supera o GPT-4 (do ChatGPT) na sua capacidade de identificar afirmações dignas de verificação de factos em 114 línguas.
A taxa de sucesso da Factiverse é de cerca de 80%, e o objectivo é melhorar à medida que a empresa integra novos clientes em todo o mundo.
Pela sua inovação, a empresa ganhou, em Outubro, o prémio de Melhor Apresentação na categoria de Segurança, Privacidade e Redes Sociais, no Startup Battlefield 200 do TechCrunch Disrupt.
Fonte Techcrunch