Os utilizadores da rede social X, conhecido anteriormente como Twitter até 2022, enfrentam dificuldades de acesso à plataforma na Tanzânia, após o seu bloqueio, que teve início a 30 de Agosto.
O bloqueio da rede social foi confirmado pela NetBlocks, um sistema de vigilância da Internet sediado no Reino Unido, que relatou a impossibilidade de usar o Twitter através dos principais operadores de Internet desde a última sexta-feira, 30 de Agosto de 2024.
Segundo a NetBlocks, os provedores de serviços de Internet na Tanzânia, como a Airtel, Vodacom, Halotel, Tigo e TTCL, bloquearam o acesso à rede social naquele país.
De acordo com a TechRadar, a suspensão ocorre num momento em que a força policial emite um alerta sobre alegados planos do partido da oposição para invadir esquadras de polícia onde poderão estar detidos prisioneiros políticos, sendo o Twitter utilizado como um dos meios para a partilha de informação e busca de apoiantes.
Com o bloqueio, acredita-se que o governo local pretende limitar a opinião pública e a difusão de informações relacionadas com possíveis fugas de prisioneiros, interrompendo todas as comunicações, uma vez que se suspeita do uso dos canais digitais para a organização de protestos.
Para as organizações internacionais de direitos humanos e direitos digitais, as interrupções do acesso à Internet e das comunicações no país são vistas como um ataque à liberdade de expressão e ao acesso à informação.
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Actualmente, a solução para o uso da rede social no país pode ser encontrada através de aplicações VPN (Rede Privada Virtual em português), segundo a TechRadar.
Ao longo do tempo, o X tem sido uma das plataformas de redes sociais mais restringidas. De acordo com um relatório, em 2023, a plataforma registou 10.683 horas de interrupção intencional, mais tempo do que o Instagram e o TikTok.
As suspensões do Twitter não são por acaso. Desde que a rede social foi adquirida pelo bilionário Elon Musk, o empreendedor destacou que esta seria uma plataforma onde a liberdade de expressão reinaria, dando espaço para a partilha de qualquer tipo de informação.
No caso de Tanzânia, não é a primeira vez que o Twitter sofre restrições. Em 29 de outubro de 2020, Tanzânia bloqueou o acesso ao Twitter e a outras plataformas de redes sociais durante as eleições gerais.
Na mesma altura em que se suspende ou se limita o seu uso na Tanzânia, a rede social foi retirada do território brasileiro por não cumprir certas exigências do governo local.
Através do Supremo Tribunal Federal, o Brasil ordenou ao Twitter a nomeação, num prazo de 24 horas, de um novo representante legal no país, após a empresa anunciar o fim das suas actividades presenciais naquela região.
Actualmente, nove países do mundo censuraram a rede social X e continuam com o banimento sob vigência: Brasil, China, Coreia do Norte, Irã, Myanmar, Paquistão, Rússia, Turcomenistão e Venezuela.