Até junho de 2024, a Zâmbia planeja inaugurar uma fábrica para a produção de telefones celulares, com o objectivo de tornar os dispositivos mais acessíveis à sua população. O anúncio do plano foi feito pelo Ministro da Tecnologia e Ciência do país, Félix Mutati, durante a Cúpula Fintech de África, realizada em Lusaka.
“A criação dos dispositivos no país permitir-nos-á reduzir as despesas com smartphones e, consequentemente, encorajar a inclusão em termos de conetividade”, disse Mutati.
O ministro afirmou ainda que a entrada nos smartphones iria fazer avançar a gama de startups de fintech no país, uma vez que os gadgets permitem o acesso aos serviços de fintech prestados pelas startups.
O projecto de abertura de uma fábrica para produção de smartphones conta com a parceria da empresa chinesa de tecnologia ZTE que permitirá à Zâmbia reduzir os custos de importação de smartphones e promover uma maior inclusão digital.
No continente africano ZTE é conhecida em África pelos seus telemóveis económicos e pelo fornecimento de equipamento de telecomunicações.
Dados recentes mostram que 63,3% dos zambianos possuem telemóveis, mas apenas 35,8% têm smartphones. A elevada taxa para a entrada de telemóveis no país contribui para custos elevados, a Zâmbia impõe um imposto combinado de 31% sobre os telemóveis, o terceiro mais elevado em África.
Anteriormente ao anúncio, Zâmbia tinha aplicado uma taxa zero às importações de equipamento de telecomunicações, incluindo smartphones, para incentivar o investimento no sector das TIC.
De acordo com o relatório FinDex do Banco Mundial de 2021, 24% dos adultos zambianos com 15 anos ou mais tinham uma conta bancária. Destes, apenas 10% efectuaram pagamentos e compras utilizando um smartphone ou a Internet.
Com esta fábrica de smartphones, o objectivo é aumentar esses números de conexão e, assim, permitir um acesso mais fácil aos serviços de fintech, como o mobile banking.
Os serviços de fintech referem-se a serviços financeiros oferecidos por empresas que utilizam tecnologia para melhorar ou inovar em processos financeiros. As empresas de fintech geralmente buscam fornecer soluções financeiras mais eficientes, acessíveis e inovadoras, muitas vezes desafiando os modelos tradicionais do setor financeiro com o suporte de tecnologia.
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Em outubro de 2022, o governo declarou que iria isentar de impostos as importações de equipamentos de telecomunicações, como os smartphones, para atrair investimentos para o sector das TIC do país, considerado crucial para a criação de emprego e o desenvolvimento económico.
Fora a abertura da fábrica, o governo planeia construir no país mais de 100 centros digitais comunitários em todo o país na sua missão de melhorar a conectividade local. Para além dos objectivos mencionados, espera-se que a produção local dos smartphones permita a criação de emprego e a partilha de conhecimentos.
Com o anúncio, Zâmbia segue os passos de Quênia, país africano que recentemente inaugurou a sua fábrica de smartphone com o mesmo objectivo de permitir que os cidadãos locais possam ter um telemóvel a um preço acessível.
Os smartphones serão fabricados pela East Africa Device Assembly Kenya Limited (EADAK). Trata-se de fábrica de montagem que contempla os operadores de redes móveis locais (Safaricom e Jamii Telecommunications, e um distribuidor chinês de dispositivos móveis, a Shenzhen Tele One Technology.
Na mesma lista, em 2019 Ruanda lançou a sua fábrica pioneira de smartphones, enquanto o primeiro dispositivo montado localmente no Egipto, o Nile X, foi lançado em 2017.
Fonte Tech Cabal Tech In Africa