A Amazon está a acelerar os passos para o lançamento daquilo que será alternativa para a Starlink, internet de Elon Musk, no continente africano, numa proposta de um novo formato de internet por satélite alinhado com o Projecto Kuiper.
A iniciativa de comunicação por satélite em órbita terrestre baixa (LEO) da Amazon, tem em vista a utilização da rede do Projecto Kuiper para alargar o alcance dos serviços 4G/5G a um maior número de clientes na Europa e em África.
O Projecto Kuiper pretende ligar antenas celulares geograficamente distribuídas às redes de telecomunicações centrais das empresas, ou seja, a Vodafone e a Vodacom poderão oferecer serviços 4G/5G em mais locais sem o consumo de tempo e de dinheiro para estabelecer ligações sem fios fixas ou baseadas em tecnologia de fibra óptica até às redes principais.
Para o grupo Vodacom, “a colaboração com o Projecto Kuiper dá-nos um novo e excitante caminho para escalar os nossos esforços, utilizando a constelação de satélites da Amazon para chegar rapidamente a mais clientes em todo o continente africano”, afirmou Shameel Joosup, CEO do grupo Vodacom.
A Amazon espera iniciar os testes beta dos serviços do Projecto Kuiper com clientes seleccionados até ao final de 2024, e as empresas Vodafone e Vodacom prevêem participar nesses testes através da colaboração.
Para a adaptação às necessidades do continente africano, a Amazon está a estudar produtos mais específicos para as empresas, como extensões de conectividade para infra-estruturas distantes e serviços de cópia de segurança para situações não planeadas.
A parceria surge numa altura interessante em que a Starlink, a concorrente do projecto, tem sofrido uma resistência regulamentar, particularmente na África Austral. A África do Sul proibiu a importação, revenda e utilização do serviço, o Zimbabué advertiu contra o serviço, citando o licenciamento, enquanto o Botswana afirma que o serviço ainda não obteve o licenciamento necessário, apesar de planear o lançamento no país no terceiro trimestre de 2023.
Fora a adversidade, o Projecto Kuiper e o Starlink são duas iniciativas que visam aumentar o acesso global à banda larga através da colocação de satélites de órbita terrestre baixa (LEO).
O Projeto Kuiper reservou 77 voos de carga pesada da Arianespace, Blue Origin e United Launch Alliance, com mais lançamentos da Blue Origin ainda disponíveis, o que lhe permitirá implantar a maior parte da sua matriz de satélites.
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Já a Starlink, por outro lado, já colocou em órbita mais de 5.000 satélites, guiado pela meta de fornecer ligação à Internet de alta velocidade a zonas rurais em todo o mundo.
No continente africano, a Starlink já está presente em regiões como Nigéria, Moçambique, Ruanda, Maurício e Serra Leoa. O objectivo é chegar a mais dezenove países africanos até 2024, superar a divisão digital e fornecer maior conectividade à África.
Em Moçambique, a internet chegou há sensivelmente 3 meses, a sua aquisição é a partir de 40.492 Meticais para aquisição do equipamento necessário, com o pagamento mensal de 3 mil Meticais.
Dentro da África Austral, a marca pretende também lançamentos em países como Zâmbia, Botswana e Malawi, programados para o terceiro trimestre de 2023.
Entre duas empresas que tentam dominar África no fornecimento deste tipo de internet por satélite, localmente, a Safaricom, empresa de telecomunicações queniana, revelou a intenção de introduzir, em julho de 2023. Para fornecer este serviço, a empresa de telecomunicações irá trabalhar com a AST SpaceMobile, uma rival da Starlink.
Fonte Tech Point Techcabal