All-in-One Celeste, é o nome do novo computador desenvolvido em Moçambique sob a chancela da empresa moçambicana Menor Electronics com o objectivo de elevar a experiência dos moçambicanos com a computação.
Lançado em Abril de 2024, o computador busca redefinição do que significa unir potência e estilo através de um design ultramoderno e engenharia de precisão que combina a sofisticação e potência.
Com a chegada deste computador, a marca busca aliviar a dependência de soluções de outros países, provando as possibilidades dos moçambicanos em criarem soluções únicas.
Para a compreensão desta iniciativa, que se torna um marco na história da tecnologia moçambicana, conversamos com António Mondlane, fundador da Menor Electronics. Ele considera essa atitude um passo importante para o objetivo da empresa: deixar uma marca no universo.
Uma homenagem à sua progenitora
O computador tem a designação CELESTE, e não se trata de um mero nome, a escolha busca homenagear a sua progenitora que em vida chamava-se Celeste. Vários nomes estiveram na lista, mas homenagear a mãe esteve em peso.
“Na Menor Electronics, nós prezamos a qualidade, e para quem me conhece, e que tem comprado os meus dispositivos, estão a substituir os seus computadores pelo All in One Celeste”,
conta António Mondlane, com a realce à qualidade do computador.
Desde o seu ecrã de 24 polegadas com moldura ultrafina, segundo o criador, cada detalhe foi minuciosamente criado para elevar a experiência dos moçambicanos na utilização de computador.
A aquisição do computador custa 69 mil meticais. Um preço justo na visão do seu inventor, a considerar a concorrência e a quantidade de tecnologia presente na inovação.
Não fiz o Celeste para ganhar dinheiro
O desenvolvedor assume que a solução não foi desenvolvida para ganhos monetários, mas sim para que este chegue ao público mais amplo e espelhe as qualidades do talento moçambicano. Se fosse para ganhar dinheiro, António Mondlane conta que custaria 100 mil meticais.
“O preço é muito justo, estamos a falar de 69 mil meticais para um computador que tem uma quantidade tremenda de tecnologia. Olhando para a tabela dos meus componentes, o computador tem componentes mais inovadores em relação à concorrência”,
afirma.
O computador conta com tecnologias como impressão digital, que garante aos utilizadores acesso personalizado e seguro ao dispositivo; tela com tecnologia de multi toque, permitindo o uso sem teclado; câmera frontal com 5 megapixels; e 2 alto-falantes estéreo integrados.
Conta ainda com o sistema operacional Windows 11 Pro, actualizável; processadores Intel i5 de décima terceira geração; conectividade Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.3 para conexões estáveis e seguras; 16 GB de RAM e armazenamento de 4 TB (terabytes).
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Em termos de portas/entradas, suporta: USB Type-C, USB 3.2, HDMI, microfone e áudio jack, leitor de cartão de memória e DVD-Rom, ideal para os conservadores que ainda possuem álbuns musicais em formato físico.
Está incluso na compra um cabo de alimentação com adaptador de 120 W para carregamento, mouse sem fio, teclado sem fio e um manual prático para montagem e utilização.
Com um peso de 7,5 quilos, o computador pode ser pago em prestações mediante negociação com a marca. O objectivo é garantir que a solução possa chegar a todos, e não apenas a uma certa classe. “Não é um produto premium, é um produto para todos, onde todo mundo pode aderir e adquirir”, explica.
Desde o seu lançamento, a aquisição tem sido positiva, com um feedback satisfatório, e já vendeu mais de 70 unidades, uma conquista que o criador não esperava alcançar em pouco tempo.
“Todo mundo que compra o All in One Celeste está feliz e satisfeito, eu garanto-vos, é algo inovador, é algo nosso, 100% moçambicano e vamos ajudar a desenvolver o nosso país”.
Fora a cidade capital (Maputo), o computador já chegou a vários cantos do país, como Pemba, onde já foram lá duas unidades, Quelimane, uma unidade. Chimoio, duas unidades, Beira, nove unidades, e Xai-Xai, uma unidade.
Este é o primeiro produto oficial da Menor Electronics e serve de introdução para as mudanças que o empreendedor quer implementar no país. O sonho é que o dispositivo possa futuramente ser usado pelo governo moçambicano.
Uma das componentes cruciais para que a solução seja adotada pelo governo é a segurança e a privacidade. Segundo o fundador, a Menor não tem nenhum interesse em coletar dados dos utilizadores do computador.
Se fosse fácil, todo mundo faria
A apresentação do dispositivo trouxe dúvidas sobre sua consideração como um computador moçambicano. António acredita que essa questão não deveria ser o foco. Em vez disso, defende que é mais importante dar suporte à solução, pois, “se nós não dermos valor ao que é nosso, ninguém vai dar valor”.
“Se nós não dermos valor àquilo que é nosso, nunca vamos ser reconhecidos. Nunca. E não podemos criticar alguém que está a trabalhar, que está a levar as coisas para o próximo nível. Fazer um computador não é só dizer ‘eu quero fazer’,”
Explicou.
Desenvolvido em Moçambique, o computador teve sua montagem no exterior, concretamente em Taiwan e China, com o suporte da Foxconn, maior fabricante de electrônicos por contrato a nível global.
O desenvolvimento deste computador é fruto de uma busca por concretizar a paixão pela engenharia eletrônica, que António tem explorado desde criança. Seu contacto com electrônicos começou na infância, e iniciou sua trajectória empreendedora vendendo disquetes.
Porque o AIO Celeste é apenas o primeiro passo, futuramente, a marca pretende criar laboratórios no país, onde serão desenvolvidos mais dispositivos, ampliando a visão de elevar a qualidade da tecnologia moçambicana, e mostrar a outros jovens que é possível transformar sonhos em realidade.