“Deixei os EUA para impulsionar a criatividade em Moçambique”, Márcia Sele

Márcia Sele, designer moçambicana
Márcia Sele, designer moçambicana

Imagine estar nos Estados Unidos da América, prestes a “conquistar” o sonho americano, e o coração dizer: volta para Moçambique.

Foi o que aconteceu com Márcia Sele, designer moçambicana que deixou a terra de Trump para transformar a criatividade em Moçambique, segundo conta em publicação no LinkedIn, intitulada “Desabafo de uma designer criativa moçambicana”.

Tudo começou em 2010, quando Márcia Sele, com formação em produção de média e técnica de design gráfico, apesar das oportunidades que poderia ter explorado nos EUA, sentiu a necessidade de regressar ao seu país.

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Na altura, havia muitas dúvidas sobre esta decisão, mas, hoje, olhando para trás, encontrou a resposta e percebeu que tudo fazia parte de um propósito: contribuir para o desenvolvimento do ecossistema criativo em Moçambique.

“Não fazia ideia do que iria fazer com o curso que terminei em produção de média e a formação técnica em design gráfico”,

escreve no desabafo.

A sua contribuição materializou-se através da passagem por várias empresas, onde ajudou a fortalecer a comunicação visual destas, até ao lançamento da sua própria empresa.

Entre um trabalho e outro, viveu momentos de incerteza, mas todos esses desafios serviram como uma escola para “levar a vida com leveza, mas também com responsabilidade, desenvolvendo maior domínio das competências”.

A sua jornada profissional passou, inicialmente, pela MediaLab e, mais tarde, pela empresa de publicidade DALIMA, onde permaneceu durante oito anos.

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Após quase uma década na DALIMA, chegou o ano da pandemia da COVID-19, que trouxe novos desafios, mas também oportunidades. Foi nesse momento que sentiu ser hora de se reinventar e aceitou um novo desafio na Ikigai Moçambique, onde aprofundou os seus conhecimentos em design e gestão.

O espírito empreendedor falou mais alto

Quando tudo parecia estar encaminhado, decidiu abraçar a veia empreendedora. Em 2021, fundou a Jakriei, uma empresa focada em design criativo e consultoria, e a Associação CRIATIVO MOZ, uma plataforma que reúne profissionais criativos para partilhar conhecimentos e experiências.

Regressar a Moçambique foi mais do que uma simples mudança de localização; para Márcia, representou uma redescoberta da sua identidade cultural. Talvez tivesse alcançado sucesso nos EUA, mas, como questiona, qual teria sido o verdadeiro impacto disso no desenvolvimento do seu país?

“Se tivesse ficado nos EUA, não teria conhecido tantas pessoas, não teria mais contacto com a minha cultura, com as minhas raízes e, acima de tudo, não teria contribuído para o crescimento da criatividade no nosso amado Moçambique”, afirma.

A mensagem que Márcia deixa é clara: a jornada profissional é um caminho longo e árduo, mas nunca se deve deixar de sonhar, de projectar e, acima de tudo, de partilhar o melhor de cada um.

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