Surgiu no Quênia em 2007 e chegou a Moçambique em 2014. De lá até aqui, o serviço facilitou a vida e garantiu o autoemprego de vários jovens, colocando-os como instituições bancárias ou bancos.
M-pesa é uma carteira móvel que permite transferir e levantar dinheiro, comprar crédito, Credelec (energia) e pagar por outros serviços através do celular.
A história das carteiras móveis em Moçambique iniciou com a primeira rede de telefonia móvel, Mcel, com a introdução do Mkesh, e posteriormente chegou o M-Pesa através da Vodacom. Hoje, entra nessa “corrida” a Movitel com o serviço Emola.
Com 10 anos de actuação em Moçambique, o M-pesa já conta com mais de 5 milhões de utilizadores ativos, 1 bilhão de meticais transacionados e mais de 40 mil moçambicanos têm o seu sustento como agentes. Por ano, foram pagos em comissões aos agentes um total de mil milhões de meticais.
Custódio Chibanze é um dos jovens que decidiu apostar no M-pesa como agente, na sua busca por um novo campo de investimento. A aposta resultou após a verificação da “decadência” no uso do Mkesh por falhas constantes no seu sistema.
“Decidi entrar para o Mpesa, depois da queda do Mkesh, e nessa altura o Mpesa estava a ganhar espaço, e vi que era um bom negócio para investir.”
Conta em Conversa com a Kabum
Considera a sua actividade não diferente de quem opera no banco ou outro sector formal, porque com atenção “é possível que nós [agentes] estejamos a ganhar um salário alto em comparação com quem está no escritório”, revela.
Leia também:
- Como comprar crédito de outras redes via M-pesa
- O Cérebro por detrás da equipa de programadores da Vodacom
Dentro dos desafios, relata-se a necessidade de disciplina, a fim de garantir uma boa comissão no final do mês como agente e “poder servir melhor” aos clientes.
Próximo à Estrada Número 1, logo após a Escola Primária e Secundária Unidade 2, em direção a Benfica, já prestou serviços a personalidades como o falecido rapper de intervenção social Azagaia, Calisto Ferreira, Tio Yado, entre outros. Uma amostra, segundo as suas palavras, que “cada um só precisa fazer a sua parte e tudo é trabalho”.
Ao analisar o serviço, Custódio vê como um passo significativo, considerando a facilidade que trouxe ao país, onde “éramos totalmente dependentes dos bancos, mas com a carteira móvel, a vida tornou-se mais fácil e dinâmica.”
Uma das vantagens observadas é a possibilidade de realizar várias transações em minutos, sem precisar enfrentar filas para retirar ou depositar dinheiro.
Em termos de melhoria do serviço, acredita-se que existe uma “batota” na comissão recebida pelos agentes. Segundo a sua análise, o trabalho em si apresenta riscos, pois operam nas ruas e lidam com algo sensível, que é o dinheiro, sem a segurança presente nos bancos.
“Devem valorizar os agentes e criar um sistema de segurança muito forte. Sabemos que o serviço é deles, mas não podemos ter 80% da responsabilidade em nossas mãos.”
Diz Custódio Chibanze
Uma outra proposta é a realização de palestras, nas quais os agentes possam receber capacitação sobre segurança do próprio sistema e evitar cair em golpes e fraudes.