A Autoridade das Comunicações do Quénia (CA) solicitou a suspensão da plataforma de comunicação social Telegram naquele país para os próximos dias do mês de Novembro.
A suspensão ocorre em consequência da realização de exames secundários no país e visa evitar fraudes durante o período dos exames nacionais, que decorrem até 22 de Novembro de 2024.
A interrupção contínua foi confirmada por testes de conectividade da web da OONI e NetBlocks, organizações de vigilância do uso da Internet.
“A medida surge no momento em que os alunos realizam os exames KCSE e é consistente com as restrições anteriores do Telegram observadas no país, como uma medida para limitar a fraude durante os exames”,
afirmou a NetBlocks.
O Ministério da Educação recebeu várias denúncias de supervisores de exames sobre tentativas de contrabando de telemóveis e materiais para os candidatos.
Neste sentido, as operadoras locais, incluindo a Safaricom, Airtel, Telkom e JTL, receberam ordens para suspender os serviços do Telegram nos dias úteis, das 7:00 às 10:00 e das 13:00 às 16:00, até 22 de Novembro de 2024; ou seja, o acesso estará restringido durante o período de exames do ensino secundário.
Outras notícias que pode gostar:
- Quénia cria centro para capacitar jovens em Inteligência Artificial
- Quênia propõe lei para uso do TikTok e não proibição
A sociedade civil e outras organizações comprometidas com os Direitos Digitais e a Liberdade na Internet manifestaram preocupação com a recente decisão do governo queniano.
Segundo estas instituições, interrupções de Internet como esta comprometem os direitos humanos e as liberdades fundamentais descritas na Carta Internacional de Direitos, da qual o governo queniano é parte, e na Constituição do Quénia.
O Quénia enfrentou uma proibição semelhante em Novembro de 2023, que resultou em perdas financeiras para várias empresas devido aos contratempos de conectividade.
A par do WhatsApp, o Telegram tem sido uma das aplicações de comunicação que mais crescem, conectando utilizadores em várias partes do mundo.
A plataforma destaca-se pelos seus conteúdos não filtrados e pelas enormes conversas em grupo, o que a configura como uma ferramenta de comunicação livre, mas frequentemente entra em conflito com a supervisão governamental.
Fonte IT Web