De acordo com relatórios recentes, a empresa de Mark Zuckerberg, Meta, está a considerar pagar para aceder ao conteúdo dos utilizadores das suas redes e utilizá-lo como dados de treino para os seus modelos de inteligência artificial.
A iniciativa significa essencialmente que pagarão pelo conteúdo como parte das medidas de melhoria das suas ferramentas de Inteligência Artificial Generativa, recorrendo a artigos de notícias, fotografias e vídeos de alta qualidade.
Inteligência Artificial Generativa (IA generativa) é uma tecnologia que usa modelos de IA para criar novos conteúdos, como texto, imagens, vídeos, música, áudio e código de software. Um exemplo claro é o conteúdo gerado pelo ChatGPT, uma ferramenta popular no mundo da IA desde Novembro de 2022.
Com este passo, a empresa acelera o seu avanço no treino de IA ao mesmo tempo que salvaguarda os direitos autorais e respeita a privacidade, mostrando, desta forma, o valor e a relevância dos conteúdos de alguns utilizadores.
De acordo com o director executivo (CEO) da empresa, Mark Zuckerberg, esta acção resulta da relevância que muitas vezes têm os conteúdos dos utilizadores, que frequentemente nem sabem do seu valor, e também visa resolver as críticas que a empresa enfrenta pelo uso desses dados, que raramente é autorizado.
Mark adianta ainda que, se um conteúdo for realmente importante e valioso, será estabelecida uma parceria; contudo, se os criadores não concordarem em disponibilizar o seu material ou não aceitarem os termos e condições, a Meta simplesmente não o utilizará.
“Acho que os criadores e os publicadores individuais tendem a sobrestimar o valor do seu conteúdo específico dentro do contexto geral”, disse Zuckerberg citado pelo site The Verge.
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O bilionário acrescenta que, se os criadores estiverem preocupados ou se opuserem ao uso do seu conteúdo, a empresa, que gere o Facebook, WhatsApp e Instagram, não o utilizará; porém, “isso não mudará assim tanto o resultado destas coisas”, disse Mark.
Como tantas outras empresas, a Meta está envolvida em polémicas sobre a violação dos limites na recolha de dados para treino de IA. No ano passado, a empresa foi processada por um grupo de autores que alegaram que o seu modelo LLaMA foi treinado ilegalmente com cópias pirateadas das suas obras.
Para a empresa, a acção de usar determinados conteúdos devia ser algo permitido, tendo em conta a lei de utilização justa dos Estados Unidos da América (EUA).
“Quando colocamos algo no mundo, até que ponto continuamos a controlá-lo, a possuí-lo e a licenciá-lo? Penso que todas estas questões terão de ser reconsideradas e rediscutidas na era da IA”, conclui Mark.
Fonte The Verge