A inteligência artificial da DoNotPay, que seria usada em fevereiro para defender um acusado de infringir regras de trânsito dos Estados Unidos, não será mais utilizado durante o julgamento.
A decisão do CEO da DoNotPay, Joshua Browder, foi anunciada após ele receber diversas cartas de agentes de justiça dos EUA que o ameaçaram de ser processado e cumprir pena de prisão.
“Múltiplos órgãos estaduais nos ameaçaram. Um até disse que seria possível um encaminhamento para o escritório do promotor distrital e acusação e pena de prisão.”, disse Browder à NPR.
De acordo com o CEO, em uma das cartas que recebeu, um oficial de justiça mencionava que a prática de usar IA no tribunal não era autorizada por lei, sendo punível com seis meses de prisão.
“Mesmo que não acontecesse a prisão, a ameaça de acusações criminais era suficiente para desistir”, disse Browder.
A DoNotPay é uma startup fundada em 2015 para aconselhamento jurídico a consumidores criado por Joshua Browder, formado em Ciência da Computação pela Universidade de Stanford. O algoritmo da inteligência artificial foi pensado para ajudar usuários a resolverem questões jurídicas e legais envolvendo multas de trânsito.
“Ajudamos os consumidores a lutar contra as corporações e vencer a burocracia, livrando-os de multas de estacionamento e reembolsos de grandes empresas, como companhias aéreas… Nossa visão na DoNotPay é tornar a lei gratuita”, diz o CEO em vídeo promocional da startup.
Conforme divulgado pelo The Guardian, durante 21 meses de operação em Londres e Nova York, o chatbot conseguiu contestar 160 mil multas de estacionamento.
A partir de 2020, a startup começou a investir na implementação de IA no chatbot, ajudando usuários a lidar com multas, planos de saúde, assinatura de serviços e mais.
Fonte: Olhar Digital