Pesquisadores da Universidade de Notre Dame desenvolveram um dispositivo (nanorrobô) implantável no corpo humano para o tratamento de cânceres profundos que ficam no corpo.
A inovação resulta da percepção de que certos tipos de luz podem ser um tratamento eficaz e minimamente invasivo para os cânceres localizados na pele ou perto dela, quando combinados com um medicamento ativado pela luz.
O dispositivo robótico é do tamanho de um grão de arroz e, quando combinado com um corante sensível à luz, não só destrói as células cancerígenas, como também mobiliza a resposta do sistema imunitário que combate o câncer.
As luzes penetram no tecido mais profundamente do que outras, segundo explicou Thomas Sullivan, professor associado de engenharia elétrica e coautor do estudo. Primeiro, um corante contendo moléculas sensíveis à luz é entregue às células cancerígenas e é injectado directamente no tumor.
Depois, o dispositivo é activado remotamente usando uma antena externa. Thomas O’Sullivan explica ainda que certas cores de luz penetram mais profundamente nos tecidos do que outras, e a luz verde é certeira para estes casos.
“Acontece que o tipo de luz, neste caso a verde, que não penetra tão profundamente, tem a capacidade de produzir uma resposta mais robusta contra as células cancerígenas”,
disse o professor.
Antes de a luz ser eficaz na destruição das células responsáveis pelo câncer, é necessário introduzir nas células um corante com moléculas que absorvem a luz. O dispositivo liga-se, o corante transforma a luz em energia que torna o oxigénio das próprias células tóxico, virando as células cancerosas contra elas próprias.
Para os pesquisadores, o dispositivo funciona como uma ferramenta multifuncional. Além de fornecer terapia de luz direcionada, também pode funcionar como um monitor em tempo real, permitindo que os médicos ajustem o tratamento com base na resposta do tumor.
O objectivo dos pesquisadores é induzir um pouco de morte celular piroptótica (morte celular programada), o que fará com que o sistema imunitário comece a atacar o câncer.
Após o desenvolvimento completo, a próxima fase envolve testar essa tecnologia para descobrir se o sistema imunológico pode detectar e atacar outro tumor por conta própria após ser preparado por um tratamento.
A tecnologia é vista como um avanço significativo na luta contra o câncer, oferecendo uma abordagem menos invasiva para combater os tumores. A inovação não é a primeira na área; pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, também já desenvolveram pequenos robôs capazes de achar e tratar câncer.
Com a solução, torna-se possível chegar 37% mais fundo nos pulmões, comparada ao equipamento padrão, com menos danos ao órgão, pelo seu formato e seu funcionamento.
Fonte Science Daily