O Brasil introduziu uma nova lei que proíbe os alunos de utilizarem os telemóveis nas escolas, como forma de os sensibilizar para os efeitos nocivos dos ecrãs.
A lei aplica-se aos alunos dos 4 aos 17 anos e restringe o uso de dispositivos portáteis, sobretudo telefones celulares, nas salas de aula de escolas públicas e privadas do ensino básico em todo o país.
O projecto de lei foi aprovado no final do ano passado pelo Congresso Nacional e, através de um decreto do Presidente, que será emitido no prazo de 30 dias, regulamentará a nova legislação, para que entre em vigor no início do ano lectivo, que começa em Fevereiro.
Para o Presidente da República, Lula Silva, a sanção representa o reconhecimento do trabalho de todas as pessoas sérias que se dedicam à educação e de todas aquelas que querem cuidar das crianças e adolescentes daquele país.
“Imagine uma professora a dar aula e, quando olha para os alunos, está cada um a olhar para o telemóvel: um está na China, outro está na Suécia… a conversar com pessoas que nada têm a ver com a aula que está a decorrer”,
disse o Presidente, para enfatizar a necessidade de que o humanismo não seja substituído por algoritmos.
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A lei não é uma novidade, países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda já adoptam leis que restringem o uso do telemóvel em escolas.
No caso do Brasil, a lei restringe o uso em sala de aula e nos intervalos, para fins pessoais, mas há exceções, como o uso para finalidade pedagógica, sob supervisão dos professores, ou em casos de pessoas que necessitem de apoio do aparelho para acessibilidade tecnológica ou por alguma necessidade de saúde.
No que pode ser apontado como um retrocesso no uso das tecnologias, o ministro da Educação, Camilo Santana, conta que não se trata de contrariedade no acesso a tecnologias, mas que a ferramenta seja utilizada de forma adequada.
Mais da metade das crianças brasileiras dos 10 aos 13 anos possui telemóvel, uma proporção que chega aos 87,6% entre os adolescentes dos 14 aos 17 anos.
A proibição do telemóvel nas escolas é apoiada por 82% dos pais brasileiros, segundo um inquérito realizado em outubro pelo Locomotiva Instituto de Pesquisa e pelo QuestionPro.
Fonte Agência Brasil Forbes