Cerca de 500 pessoas marcaram presença na segunda edição do Data Wave, conferência sobre dados e Inteligência Artificial, organizada pela comunidade de tecnologia MozDevz com o objectivo de mostrar a importância dos dados na criação de soluções inovadoras.
O evento teve lugar no Centro Cultural Moçambique-China, em Maputo, das 09 até às 17 horas, com foco na Governança, Análise e Engenharia de Dados, e na própria Inteligência Artificial, que se tem mostrado importante nos últimos tempos.
Através dos oradores, buscou-se a capacitação dos participantes sobre como aliarem-se a dados e inteligência artificial para perceberem quais problemas precisam de ser olhados e o quão o país, bem como a globalização no geral, precisam deles.
O espaço que ontem foi pensado para a valorização do intercâmbio entre as artes moçambicanas e chinesas, no dia 14 de Setembro, serviu para albergar a tecnologia e, talvez, mostrar que esta é também uma arte quando bem explorada.
Evolução é a palavra certa para definir esta edição. É desta forma que o presidente da maior comunidade de tecnologia vê a realização deste evento e a sua passagem para um espaço maior.
No ano passado, aconteceu no anfiteatro da Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, onde mais de 200 pessoas abarrotaram o espaço. Era necessário encontrar um espaço maior, e assim o Centro Cultural Moçambique-China foi escolhido.
O presidente ressalta o impacto que o evento teve nos participantes, baseado nos depoimentos recolhidos, tanto no ano passado como nos de alguns que já se aproximaram de mim para falar”, disse.
“Eu prefiro avaliar mais na perspectiva deles do que na minha, porque só assim consigo, de facto, perceber.”
Um facto interessante é que, nesta edição, Herco Zau fez parte da plateia no ano passado e, nesta, foi um dos oradores, o que resultou do seu engajamento com a comunidade, colocando-o em destaque.
O evento mais caro da MozDevz?
Quando questionado sobre os custos de levar o DataWave para um espaço maior, novo e bem apetrechado para qualquer tipo de interacção, Igor Sambo preferiu, após uma risada, assumir que esta edição em particular foi a que mais impactou a equipa da comunidade. Todos aprenderam bastante desde a ideação até à execução.
“O DataWave é o evento que mais impactou a equipa. Aprendemos bastante com o DataWave 2024 em particular e somos gratos por todo o processo, desde a primeira comunicação do evento ou a primeira estratégia”, explicou.
Várias coisas correram mal durante o processo, mas foi esta equipa que, aos olhos do presidente, garantiu que as questões fossem resolvidas e não chegassem ao público.
É possível mover pessoas por meio da tecnologia
Quanto às lições obtidas a nível individual, Sambo percebeu que é possível mover pessoas por meio da tecnologia, e que elas querem muito aprender, precisando apenas da motivação certa.
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Foi também uma forma de mostrar que a comunidade quer participar na organização destes eventos, pois este foi o primeiro em que se cobrou, como forma de as pessoas poderem participar directamente. Isto foi uma prova de que, de facto, as pessoas estão dispostas a apoiar a comunidade para continuar a realizar este tipo de evento.
A busca pela independência da comunidade
O DataWave 2024 foi o primeiro evento de tecnologia realizado pela comunidade em que houve a venda de bilhetes para acesso, servindo como prova de que o público está disposto a apoiar a comunidade para continuar a realizar este tipo de evento.
“O que motivou esta componente foi mais na perspectiva de independência, em termos de comunidade, garantir que corremos atrás daquilo que é o nosso programa, alinhado com a própria comunidade”, explicou.
Quanto à próxima edição, ainda não se tem muito planeado, obviamente, mas o presidente partilhou que já se sonha em superar esta edição.
No término do evento, Igor Sambo subiu ao pódio para reconhecer aqueles que foram os grandes nomes para que a execução do DataWave fosse perfeita, como Odília Nhacundela, vice-presidente da comunidade; Herinque Chigumane, gestor de tecnologia da comunidade; e Marcel Saraiva, que, além de ser Especialista em aplicações, dados e estratégia de negócio na FNB, dá suporte no conceito do evento.