Moçambicano cria sistema para gestão de lixo em Nampula

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A gestão de resíduos sólidos continua a ser uma preocupação constante em várias províncias do país. Para solucionar essa questão, o jovem moçambicano Sérdio Machava, residente na cidade de Nampula, desenvolveu um sistema de gestão e monitorização de contentores de lixo.

De acordo com o jovem, trata-se de uma plataforma que proporciona ao conselho municipal a possibilidade de verificar, em tempo real, o nível de lixo em cada contentor (em percentagem), o estado da bateria e a localização exacta dos contentores.

“Este sistema proporciona uma gestão mais eficiente e eficaz da recolha dos resíduos sólidos, melhorando a qualidade dos serviços de recolha e contribuindo para a limpeza urbana”, contou à Kabum.

A ideia surgiu como resultado de uma experiência pessoal, após ter observado situações em que os contentores de lixo transbordavam devido ao acúmulo excessivo de resíduos, muitas vezes porque o conselho municipal local não dispunha de conhecimento imediato da situação.

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Ao deparar-se com o desafio, iniciou a busca por oportunidades para minimizar o problema e garantir a eficiência da actividade, aliando-se à tecnologia.

“Com esta tecnologia, o conselho municipal pode receber notificações em tempo real sempre que um contentor atinge a sua capacidade máxima, permitindo o envio imediato de veículos para efectuar a recolha”, explicou.

A solução optimiza a logística, reduz os custos operacionais e melhora significativamente a eficiência do serviço de recolha de resíduos sólidos.

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Para o desenvolvimento do projecto, o jovem teve a cidade de Nampula como ponto de análise, reconhecendo que, tal como muitas outras cidades em desenvolvimento, esta não está isenta de desafios na gestão dos resíduos.

“O modelo actual de recolha e gestão de lixo em Nampula apresenta diversas limitações, especialmente nos bairros periféricos, onde a insuficiência de lixeiras, a falta de transporte adequado para a remoção dos resíduos e a gestão manual das rotinas de monitorização resultam no acúmulo de lixo, em odores desagradáveis e na degradação ambiental”, descreveu.

Para o jovem, este cenário compromete não só a estética urbana, mas também a saúde pública, uma vez que a demora na remoção dos resíduos pode propiciar a proliferação de vectores de doenças.

O ADN do dispositivo

Bateria portátil de 24V: assegura a alimentação contínua de todo o sistema.

Sensor ultrassónico: mede a distância dos resíduos no interior do contentor;

Módulo ESP8266 NodeMCU com Wi-Fi: permite a ligação à rede IoT e o envio dos dados recolhidos para a nuvem;

Módulo GPS GY-NEO-7M: determina a localização geográfica exacta do contentor;

Ecrã LCD: possibilita a comunicação directa com o utilizador;

A plataforma foi desenvolvida no âmbito da sua formação em Engenharia Electrónica, como projecto de pesquisa para a conclusão do curso.

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