Em Madagascar, concretamente em Kiwalo, um grupo de mulheres idosas está a liderar a ampliação da iluminação daquela aldeia, levando a electricidade a cerca de 200 famílias, posicionando-se como as primeiras engenheiras solares da sua comunidade.
A iniciativa marca uma mudança na comunidade, uma vez que tradicionalmente esta recorre a candeeiros a petróleo para iluminar as suas casas. Com as “avós solares”, apelido que lhes foi atribuído, implementaram-se lâmpadas solares para iluminação e para facilitar a realização de outras tarefas domésticas.
Esta actividade faz parte do programa de acesso a energia sustentável da WWF, gerido em colaboração com o Barefoot College da Índia, que, para além de contribuir para a iluminação da aldeia, traz a redução da poluição e da pegada ecológica da comunidade.
As idosas são vistas como bibliotecas vivas a quem deve-se respeitar, daí que advém a escolha pelos implementadores da iniciativa de as escolher para serem engenheiras solares.
Inicialmente, as mulheres juntam-se a mulheres de vários outros países para uma formação de seis meses na Índia em tecnologia solar aplicada, regressando posteriormente para mudar o rumo das suas aldeias.
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A formação destina-se a mulheres de aldeias remotas nos países em desenvolvimento, com a possibilidade de as comunidades participarem ao mesmo tempo que beneficiam.
As voluntárias que se candidatam à formação são escolhidas numa reunião da aldeia, onde também se elege um comité solar para gerir os aspectos administrativos, sociais e financeiros do programa solar e garantir a sua sustentabilidade financeira.
Hanitra, uma das mulheres que participou no programa, vê nele uma demonstração de que a mulher também tem o seu espaço na engenharia, bastando que as portas estejam abertas e que seja possível aprender.
“É uma coisa de homens lá em Mabolo. Mas aqui, quem está a dominar o assunto são as mulheres. É emocionante ver que mulheres e homens podem fazer o mesmo”,
afirmou, citada pela WWF.
Esta iniciativa é implementada desde 2012 pela WWF, através da parceria com o Barefoot College, os governos indiano e malgaxe e várias outras instituições internacionais, no âmbito do programa de engenharia solar.
Fonte BBC