A Neuralink, empresa de neurotecnologia, implantou pela primeira vez um chip cerebral sem fios em um ser humano, que tem por objetivo permitir que indivíduos com paralisia controlem dispositivos através de seus pensamentos.
O anúncio da implantação foi partilhado por Elon Musk, cofundador da marca, na sua conta oficial do Twitter, onde fez saber que os resultados iniciais transmitem esperança com uma deteção promissora de picos de neurônios, sendo que o paciente encontra-se a recuperar. Este é o primeiro produto da empresa e leva a designação Telepatia.
O chip foi introduzido ao Dan Toomey, um escritor, comediante e realizador de vídeos residente em Brooklyn (Nova Iorque), e em publicação no Twitter (agora designada X) disse sentir-se bem e pronto para a vida.
“Como o primeiro paciente, devo dizer que as coisas estão a correr bem! Só posso comer sólidos até ao próximo ano, mas sinto-me fresco e pronto para a vida”,
escreve no Twitter.
Com a ambição de melhorar as capacidades humanas, este ensaio clínico centra-se em doentes com tetraplegia e esclerose lateral amiotrófica (ELA) com idade igual ou superior a 22 anos, oferecendo esperança às pessoas com graves deficiências de movimento.
O ensaio está agora a ser supervisionado por um conselho de revisão institucional independente para avaliar a funcionalidade da sua interface cérebro-computador sem fios.
A empresa tem estado a trabalhar na criação de interfaces cérebro-computador (BCIs) implantáveis já há bom tempo. Em maio do ano passado, em 2024, a empresa recebeu a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para realizar ensaios em humanos. Em setembro de 2023, a empresa de neurotecnologia iniciou o recrutamento para ensaios em humanos.
Segundo o cofundador, o chip cerebral permite controlar um computador ou um smartphone apenas com o pensamento. Em 2021, a empresa compartilhou no YouTube um vídeo onde um macaco controla um jogo com sua mente, após ser implantado com o chip.
Outras notícias:
“Imagine se Stephen Hawking conseguisse se comunicar mais depressa do que um datilógrafo ou um leiloeiro. É esse o objectivo”, acrescentou Elon Musk, em publicação no Twitter citada pelo site Gadgets 360.
Numa primeira fase, os primeiros utilizadores do produto serão as pessoas que perderam o uso dos seus membros.
Antes de receber a autorização para a realização de ensaios em humanos, a autoridade reguladora (FDA) teria rejeitado o pedido citando grandes preocupações de segurança envolvendo a bateria do dispositivo, o potencial de os fios do implante migrarem para outras áreas do cérebro e questões sobre a possível remoção do dispositivo sem danificar o tecido cerebral.
Em uma apresentação de 2019, Musk explicou que os BCIs da Neuralink eram compostos principalmente de poliimida ao lado de um condutor fino de ouro ou platina. Estes foram inseridos no cérebro através de um processo automatizado realizado por um robô cirúrgico. O chip contém um elevado número de nódulos ultra-finos com fios chamados sondas.
As extremidades destas sondas contém eléctrodos que são capazes de localizar e ler sinais eléctricos no cérebro. Os sinais são depois transmitidos sem fios a um dispositivo que os pode converter em comandos electrónicos para controlar um aparelho.
Neuralink foi fundada por Elon Musk e por uma equipa de sete cientistas e engenheiros. Foi lançada em 2016 e foi divulgada publicamente pela primeira vez em março de 2017. Antes da implantação em humanos, a empresa já tinha realizado testes em animais e apresentou uma elevada taxa de sucesso.
Fonte Gadgets 360 Neuroscience News